- Colocá-lo de frente e no centro da lousa, preferencialmente na 1ª carteira.
- Tê-lo sempre perto da professora, que supervisiona seus trabalhos, principalmente na organização e seqüência das atividades.
- Escrever claro e espaçado na lousa, delimitando as partes da lousa (duas ou três partes no máximo) com uma linha divisória vertical bem forte.
- Escrever cada parte da lousa com uma cor de giz. Ex.: à esquerda com branco, centro com amarelo e à direita com azul claro.
- Explicar que estas divisórias são feitas somente na lousa, para facilitar a leitura e não devem ser reproduzidas no caderno das crianças.
- Exigir disciplina e concentração no conteúdo abordado, permitindo interrupções e opiniões espontâneas, desde que pertinentes ao assunto. Dizer ao aluno caso sua colocação esteja fora de contexto.
- Valorizar sempre o conteúdo trabalhado e “tolerar” as dificuldades gramaticais, como letra maiúscula, parágrafo, pontuação, acentuação, caligrafia irregular, etc. Diminuir a tolerância à medida que os anos escolares se sucedem.
- O disléxico geralmente tem dificuldade com a orientação e organização espaciais. Pode, sem perceber, pular folhas do caderno, pular linhas indevidamente, escrever na apostila trocada, fazer anotações em locais inadequados. Mostrar sempre o certo, não punir o erro e não criticá-lo pela falta de atenção. Diminuir a tolerância à medida que os anos escolares se sucedem.
- O disléxico geralmente tem dificuldade em ficar sentado na carteira por muito tempo seguido. Permitir que levante-se, aponte o lápis, vá até a lousa, ou outro movimento que o relaxe, exigindo que retorne ao lugar em seguida.
- Ser sempre clara e sucinta nas explicações das ordens dadas oralmente, preferencialmente dando exemplos e mostrando onde quer que faça a atividade. Ex.: do lado direito superior da folha, mostrar o lado e a orientação.
- Em lugar de dizer o que não deve ser feito, diga sempre o que é esperado que se faça e como é para ser feito. Repetir a ordem se necessário.
- Elaborar aulas com material visual, claro, criativo, que chame atenção.
- Usar sempre mais de um canal de aprendizagem e informação, com diferentes recursos audio-visuais. Ex.: entonação na voz, dramatização, sons, desenhos, texturas, luzes, músicas, descobertas, retroprojetor, data show, etc. além da tradicional memorização de aulas expositivas.
- Estar sempre em contato com o profissional que atende a criança, sabendo quais as letras que já foram trabalhadas para que possa ser exigido o acerto.
- Não trabalhar no limite, esperando que com o tempo vai passar. Sempre entrar em contato com a coordenação, com os pais, com os profissionais que assistem o disléxico. O stress do professor só piora o quadro, traz frustração e afeta a motivação de todos. Mantenha o bom humor e a confiança de que haverá sucesso.
- Trabalhar sempre com o erro como forma de aprendizado e nunca como meio de punição. Ex.: se trocou letras, mostrar o erro, ler o erro, produzir o erro e estimular a classe a corrigi-lo, sem estigmatizar o aluno
- Produzir erros “de propósito” para que os alunos descubram. Só aquele que aprendeu pode corrigir.
- Estimular atividades conjuntas, onde um começa, o outro continua e vice-versa. Ex.: troca de cadernos, o aluno é o professor, trocam os lugares, ficam os cadernos, etc.
- Não dar muitos exercícios repetidos. O disléxico não aprende pela repetição, ao contrário, cansa-se mais facilmente e desmotiva-se.
- Criar novas formas de ensinar a mesma coisa, pedir que as crianças elaborem exercícios, tornando-se co-autoras do aprendizado.
- Em um texto espontâneo, valorizar as idéias, o conteúdo. Dar notas separadas para a idéia e para a escrita.
- Em provas de outras disciplinas, como ciências, história, etc., corrigir pelo conteúdo e não descontar nota por erros de português. Aumentar a exigência à medida que avançam os anos escolares.
- Em avaliações, sublinhar (se possível) o que se está pedindo, destacando-se do enunciado da pergunta. Ensinar a criança a destacar as palavras-chave do texto.
- Não exagerar na quantidade de tarefa e sim na qualidade. Não permitir que os pais corrijam a tarefa, para que o professor possa avaliar o nível de aprendizado e reestruturar o conteúdo.
- Delimitar em colunas os cálculos matemáticos, para que não se confunda na orientação espacial.
- Aceitar respostas objetivas, diretas, curtas, desde que contenham a resposta solicitada. Aumentar a exigência à medida que os anos escolares avançam.
- Os textos do disléxico tendem a ser desorganizados, com falhas na seqüência dos fatos e excesso de pronomes. Explicar e numerar os parágrafos.
- A leitura do disléxico geralmente é muito ruim, porém a compreensão pode estar preservada. Ele pode ler palavras trocadas, de conteúdo semântico semelhante. Ex.: /unir/ por /juntar/; /beber/ por /tomar/. Tolerar, desde que a compreensão seja preservada.
- Se o professor não entendeu o que o aluno escreveu, a letra, ou o que ele quis dizer, solicitar que ele leia sua escrita, antes de corrigir.
- Não privilegiar o disléxico em nada, apenas compreender que suas dificuldades são reais e neurológicas, que ele necessita tratamento especializado para evoluir como os demais.
- O disléxico é tão inteligente ou mais que os outros alunos. Apresenta falhas de percepção de origem neurológica. Ele não erra de propósito, nem dispersa-se porque não está interessado. Necessita de variedade e flexibilidade por parte do professor, além de uma boa dose de paciência e tolerância.
- Disciplina, organização e criatividade são os fatores chave para que um disléxico tenha sucesso em sala de aula. A rigidez e os modelos pré-concebidos não se encaixam com este aluno.
- As disciplinas que envolvem memorização são dificilmente assimiladas. Use preferencialmente cartazes com resumos, com cenas, figuras alusivas ao tema, dramatizações, filmes, que facilitem a associação com o conteúdo a ser memorizado.
- Ensinar o aluno a resumir, extrair as palavras-chave da frase, do parágrafo, do texto.
- Ensinar o aluno a parafrasear, isto é, dizer com suas palavras o que entendeu, passando para a escrita.
- Ensinar o aluno a ler, parar e avaliar se compreendeu. Não permitir que leia toda a página para chegar a conclusão, no final, de que não entendeu nada.
terça-feira, julho 24, 2012
Dicas para a sala de aula com um disléxico
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