quarta-feira, dezembro 30, 2015

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sexta-feira, agosto 14, 2015

Qual o tratamento para o TDAH?

A farmacoterapia (uso de medicamentos) é o tratamento de primeira escolha para indivíduos portadores do TDAH. Por outro lado, alterações no funcionamento psicológico e em outros domínios são essenciais para a aquisição de novas habilidades e para modificação de comportamentos não adaptativos. O tratamento combinado ‘medicamentos + terapia cognitivo-comportamental’ é considerado por muitos como uma excelente opção para o tratamento do indivíduo com TDAH. No entanto, embora o tratamento farmacológico sozinho seja capaz de melhorar muitos sintomas do TDAH dependendo da dose, não há evidências de que o mesmo acontece para quem só conta com a terapia.


Entre os medicamentos testados para o TDAH, mais de 200 estudos randomizados, controlados, demostraram a eficácia dos estimulantes. No Brasil, o medicamento dessa classe disponível para o tratamento do TDAH é o Mefilfenidato (MF). O fármaco está aprovado pelo FDA para tratamento de TDAH em pessoas com mais de 6 anos. A taxa de resposta ao estimulante é de 70 a 90%, o que é surpreendente no tratamento de doenças neuropsiquiátricas. Diversas técnicas de terapia cognitivo-comportamental (TCC) têm sido utilizadas para o manejo do TDAH, dentre as quais podemos citar as técnicas de treino de solução de problemas, repetição e verbalização de instruções, atividades interpessoais orientadas, treinamento de habilidades sociais e técnicas de manejo de contingências de reforçamento. 
Os Programas de Treinamento com Pais ou Familiares são uma ferramenta poderosa de intervenção. 
As etapas são geralmente distribuídas em: 
1) esclarecer os pais sobre o TDAH, suas múltiplas causas e o impacto na vida dos portadores; 
2) as dificuldades inerentes ao quadro; 
3) a aplicação de tarefas, a persistência em sua execução e a tolerância à frustração e aos insucessos iniciais de uso; 
4) estabelecer metas razoáveis 
5) reforçar os resultados alcançados. 

Alguns princípios básicos do Treinamento de Pais são: as relações familiares são recíprocas, o elogio deve ser priorizado em relação à punição, as consequências de um comportamento (elogio/punição) devem ser imediatas, específicas e consistentes e os comportamentos problemáticos devem ser antecipados sempre que for possível. Na medida em que os prejuízos apresentados pelas pessoas com TDAH acontecem principalmente no contexto escolar/laboral e familiar, é interessante conciliar a terapia com o paciente à modalidades de intervenção direcionadas para estes ambientes.

quinta-feira, agosto 13, 2015

Síndrome de Aarskog

A Síndrome de Aarskog é uma doença genética rara, existem apenas 101 casos relatados no mundo.

Sintomas:
  • Baixa estatura, característica que pode não ser evidente até a criança ter entre 1 e 3 anos de idade
  • Atraso da maturação sexual
  • Face arredondada
  • Linha capilar formando um bico na testa
  • Olhos muito separados, com as pálpebras caídas
  • Nariz pequeno com as narinas projetadas para a frente
  • Parte média da face pouco desenvolvida
  • Fenda larga sobre o lábio superior e dobra abaixo do lábio inferior
  • Atraso na erupção dos dentes
  • Parte superior do pavilhão auricular ligeiramente dobrada
  • Mãos e pés pequenos e largos
  • Dedos das mãos e dos pés curtos, interligados por fina membrana prega simiesca (única) na palma da mão
  • Esterno ligeiramente côncavo
  • Umbigo protuberante
  • Hérnias inguinais
  • Escroto "vazio"
  • Testículos retidos
  • Deficiência mental leve
  • Olhos com pálpebras oblíquas
  • Peito escavado (pectus excavatum)

Está ligada ao cromossoma X e é de carácter recessivo. Afeta sobretudo indivíduos do sexo masculino. É também conhecida como síndrome de Aarskog-Scott, displasia faciogenital ou síndrome faciodigitogenital.

O teste genético pode estar disponível para as mutações no gene FGDY1. O aconselhamento genético é indicado para indivíduos ou famílias que podem transportar esta condição, uma vez que existem características que se sobrepõem com a síndrome do alcoolismo fetal.

História
A síndrome foi nomeado em homenagem a Dagfinn Aarskog, pediatra e geneticista humano norueguês que a descreveu pela primeira vez em 1970, e por Charles I. Scott, Jr., um médico geneticista americano que descreveu a síndrome de forma independente em 1971.

Referências
Gerberding, Julie Louise (Julho de 2004). Fetal Alcohol Syndrome: Guidelines for Referral and Diagnosis (PDF) (em inglês) CDC. Visitado em 16 de fevereiro de 2014.
Aarskog D. (1970). "A familial syndrome of short stature associated with facial dysplasia and genital anomalies" (em inglês). J. Pediatr. 77 (5): 856–61. DOI:10.1016/S0022-3476(70)80247-5. PMID 5504078.
 Scott CI. (1971). "Unusual facies, joint hypermobility, genital anomaly and short stature: a new dysmorphic syndrome" (em inglês). Birth Defects Orig. Artic. Ser. 7 (6): 240–6. PMID 5173168.

terça-feira, agosto 11, 2015

Hiperatividade

Hiperatividade não é falta de concentração por falta de empenho ou um comportamento indisciplinado resultante da educação dada pelos pais.

Se os pais de crianças sem Hiperatividade ou Deficit de Atenção, se empenhassem da mesma forma que os pais de crianças Hiperativas na educação dos seus filhos, todos eles seriam uns gênios, super bem educados e extremamente organizados.

Educar ou viver com alguém com Hiperatividade é um desafio enorme e os familiares, amigos e colegas de pessoas com Hiperatividade deveriam de receber o devido mérito.

A Hiperatividade também não é uma condição psicológica que se uma pessoa realmente quisesse era pontual e organizada ou que passa com a ajuda dum psicólogo.

Pedir a uma pessoa Hiperativa para se concentrar e organizar é a mesma coisa que pedir a uma pessoa com miopia para se esforçar mais e tentar ler sem óculos ou pedir a um coxo para correr mais depressa.

É impossível e está fora do controlo da pessoa com Hiperatividade.

A Hiperatividade é uma condição física que se caracteriza pelo sub-desenvolvimento e mau funcionamento de certas partes do cérebro, nomeadamente:
Lobos Frontais – Os 2 lobos frontais são as partes do cérebro menos desenvolvidas nos hiperativos. Para além de serem mais pequenos,  a comunicação entre neurônios, o uso do glicogênio e oxigênio e a circulação sanguínea nesta parte do cérebro é pouco eficiente. As principais funções dos lobos frontais são a atenção, tomada de decisões, planeamento, organização, resolução de problemas, consciência e controlo de emoções.

Corpo Caloso – Canal de comunicação entre o hemisfério esquerdo e direito do cérebro, constituído por mais de 200 milhões de fibras nervosas
Gânglios da Base ou Núcleos da Base – Responsáveis pelo movimento, controlo dos músculos, aprendizagem, coordenação para além de desempenharam um papel muito importante no controlo da impulsividade, na intenção dos movimentos e controlo dos movimentos voluntários. Para além de terem, a par dos lobos frontais, a responsabilidade de regular o sistema de recompensa do cérebro.

Cerebelo – Também conhecido como pequeno cérebro, é responsável pelo controlo motor ou seja tudo o que está relacionado com os movimentos do corpo humano. Mas muitos estudos recentes começam a provar que também tem um papel muito importante na linguagem, memória, atenção e regulação das emoções

Sistema Dopaminérgico – Falta de e/ou Recaptação Precoce do Neurotransmissor – Dopamina
Sistema Noradrenérgico – Falta de e/ou Recaptação Precoce do Neurotransmissor -Noradrenalina
Mas também pela menor e menos eficaz atividade elétrica, menor circulação sanguínea no cérebro e má gestão da glucose que é o principal combustível do cérebro.

Tudo isto leva a que haja uma má comunicação entre neurônios, má comunicação e falta de sincronização entre as várias partes do cérebro.

TIPOS DE HIPERATIVIDADE

PREDOMINANTEMENTE DESATENTO
Dificuldade em prestar atenção e manter a concentração por períodos de tempo a assuntos que são pouco interessantes para a pessoa.

PREDOMINANTEMENTE HIPERATIVO & IMPULSIVO
Dificuldade em manter-se sossegado no mesmo local quando a tarefa ou conversa que estão a ouvir não é interessante para a pessoa. Outro aspeto é a dificuldade em parar para pensar/analisar as consequências da ação que está prestes a iniciar.

COMBINADO DESATENTO + HIPERATIVO
É o mais comum dos 3 tipos de hiperatividade. A pessoa é desatenta, hiperativa e impulsiva.


sexta-feira, junho 19, 2015

Dez coisas que todo aluno com autismo gostaria que a professora soubesse

1.Comportamento é comunicação.

Todo comportamento acontece por uma razão. Ele conta para você, mesmo quando as minhas palavras não podem fazê-lo, como eu percebo o que está acontecendo ao meu redor. Comportamento negativo interfere no meu processo de aprendizagem. Entretanto, simplesmente interromper esses comportamentos não é suficiente; ensine-me a trocá-los por alternativas adequadas de modo que a aprendizagem real possa fluir. Comece por acreditar nisto: eu verdadeiramente quero aprender a interagir de forma apropriada. Nenhuma criança quer receber uma bronca por comportamento negativo. Esse comportamento geralmente quer dizer que eu estou atrapalhado com sistemas sensoriais desorganizados, não posso comunicar meus desejos ou necessidades ou não entendo o que se espera de mim. Olhe além do meu comportamento para encontrar a fonte da minha resistência. Anote o que aconteceu antes do comportamento: as pessoas envolvidas, hora do dia, ambiente. Um padrão emerge depois de um período de tempo.

2. Nunca presuma nada.
Sem apoio de fatos uma suposição é apenas uma suposição. Posso não saber ou não entender as regras. Posso ter ouvido as instruções, mas não ter entendido. Talvez eu soubesse ontem, mas não consigo me lembrar hoje. Pergunte a si mesmo:
Você tem certeza que eu realmente sei como fazer o que você está me pedindo? Se de repente eu preciso correr para o banheiro cada vez que preciso fazer uma folha de matemática, talvez eu não saiba como fazer ou tema que meu esforço não seja o suficiente. Fique comigo durante repetições suficientes da tarefa até que eu me sinta competente. Eu posso precisar de mais prática para dominar as tarefas que outras crianças.
Você tem certeza que eu realmente conheço as regras? Eu entendo a razão para a regra (segurança, economia, saúde)? Estou quebrando a regra porque há uma causa? Talvez eu tenha pegado um pedaço do meu lanche antes da hora porque eu estava preocupado em terminar meu projeto de ciências, não tomei o café da manhã e agora estou morto de fome.

3. Procure primeiro por problemas sensoriais.
Muitos de meus comportamentos de resistência vêm de desconforto sensorial. Um exemplo é luz fluorescente, que foi demonstrado muitas vezes ser um problema para crianças como eu. O som que ela produz é muito perturbador para minha audição supersensível e o piscar da luz pode distorcer minha percepção visual, fazendo com os objetos pareçam estar se movimentando. Uma luz incandescente ou as novas luzes econômicas na minha carteira vai reduzir o piscar Ou talvez eu precise sentar mais perto de você; não entendo o que você está dizendo porque há muitos sons “entre nós” – o cortador de grama lá fora, a Maria conversando com a Lurdes, cadeiras arrastadas, o som do apontador. Peça à terapeuta ocupacional da escola para dar algumas idéias sensoriais que sejam boas para todas as crianças, não só para mim.

4. Dê um intervalo para auto regulação antes que eu precise dele
Um canto quieto com carpete, algumas almofadas livros e fones de ouvido me dão um lugar para me afastar quando preciso me reorganizar sem ser distante demais que eu não possa voltar para o fluxo de atividades da classe de forma tranqüila.

5. Diga o que você quer que eu faça de forma positiva ao invés de imperativa.
“Você deixou uma bagunça na pia!” é apenas a afirmação de um fato para mim. “Não sou capaz de concluir que o que você realmente quer dizer é: por favor, lave a sua caneca de tinta e ponha as toalhas de papel no lixo”. Não me faça adivinhar ou ter de descobrir o que eu devo fazer.

6. Tenha uma expectativa razoável.
Uma reunião de todas as crianças no ginásio de esportes e alguém falando sobre a venda de balas é desconfortável e sem significado para mim. Talvez fosse melhor eu ir ajudar a secretária a grampear o jornalzinho.

7. Ajude-me a fazer a transição entre atividades.
Leva um pouco mais de tempo para eu fazer o planejamento motor de ir de uma atividade para outra. Dê-me um aviso de que faltam cinco minutos, depois dois, antes de mudar de atividade – e inclua alguns minutos extras no final para compensar. Um relógio, com o mostrador simples ou um “timer” na minha carteira pode me dar uma dica visual sobre o tempo para a próxima mudança e me ajudar a lidar com o tempo mais independentemente.

8. Não torne pior uma situação ruim.
Sei que embora você seja um adulto maduro às vezes você pode tomar decisões ruins no calor do momento. Eu realmente não tenho a intenção de ter uma crise, mostrar raiva ou atrapalhar a classe de qualquer outra forma. Você pode me ajudar a encerrar mais rapidamente não respondendo com um comportamento inflamatório. Conscientize-se de que estes comportamentos prolongam ao invés de resolver a crise:
- Aumentar o volume ou tom de voz. Eu escuto os gritos, mas não as palavras.
- Imitar ou caçoar de mim. Sarcasmo, insultos ou apelidos não me deixam sem graça e não mudam meu comportamento.
- Fazer acusações sem provas.
- Adotar uma medida diferente da dos outros.
- Comparar com um irmão ou outro aluno.
- Lembrar episódios prévios ou não relacionados.
- Colocar-me em uma categoria (“crianças como você são todas iguais)”.

9. Critique gentilmente, seja honesta – você gosta de aceitar crítica construtiva?
A maturidade e auto confiança de ser capaz de fazer isso pode estar muito distante das minhas habilidades atuais. Você não deveria me corrigir nunca? Lógico que sim. Mas faça-o gentilmente, de modo que eu realmente consiga ouvir você.
- Por favor! Nunca, nunca imponha correções ou disciplina quando estou bravo, frustrado, super- estimulado, ansioso, “ausente” ou de qualquer outra forma que me incapacite a interagir com você.
- Lembre-se que vou reagir mais à qualidade de sua voz do que às palavras. Vou ouvir a gritaria e o aborrecimento, mas não vou entender as palavras e consequentemente não conseguirei descobrir o que fiz de errado. Fale em tom baixo e abaixe-se para falar comigo, de modo que esteja falando comigo no mesmo nível.
- Ajude-me a entender o comportamento inadequado de forma que me apóie, me ajude a resolver o problema ao invés de punir ou me dar uma bronca. Ajude-me a descobrir os sentimentos que despertaram o comportamento. Posso dizer que estava bravo mas talvez estivesse com medo, frustrado, triste ou com ciúmes. Tente descobrir mais que a minha primeira resposta.
- Ajuda quando você está modelando comportamento adequado para responder à crítica.

10. Ofereça escolhas reais - e apenas escolhas reais.
Não me ofereça uma escolha ou pergunte “você quer...?” a menos que esteja disposto a aceitar não como resposta. “Não” pode ser minha resposta honesta para “Você quer ler em voz alta agora? ou você quer usar a tinta junto com o Pedro?” É difícil confiar em alguém quando as escolhas não são realmente escolhas.
Você aceita com naturalidade o número enorme de escolhas que faz diariamente. Constantemente escolhe uma opção sobre outras sabendo que ter escolhas e ser capaz de escolher lhe dão controle sobre sua vida e futuro. Para mim, escolhas são muito mais limitadas, e é por isso que pode ser difícil ter confiança em mim mesmo. Dar-me escolhas freqüentes me ajuda a me envolver mais ativamente na minha vida diária.
- Sempre que possível, ofereça uma escolha dentro do que tenho de fazer. Ao invés de dizer: “escreva seu nome e data no alto da página” diga: você gostaria de escrever primeiro o nome ou a data? Ou “qual você gostaria de escrever primeiro: letras ou números?”. A seguir diga: “você vê como o Paulo está escrevendo o nome no papel?”
- Dar escolhas me ajuda a aprender comportamento adequado, mas também preciso entender que há horas em que você não pode escolher. Quando isso acontecer, não ficarei tão frustrado se eu entender o por que:
▫ ”não posso deixar você escolher nesta situação porque é perigoso. Você pode se machucar.
▫ não posso dar essa escolha porque atrapalharia o Sérgio (teria um efeito negativo sobre outra criança).
▫ eu lhe dou muitas escolhas mas desta vez tem de ser a escolha do adulto.
A última palavra: ACREDITE.

Henry Ford disse: “quer você acredite que pode ou que não pode, geralmente você está certo”. Acredite que você pode fazer uma diferença para mim. É preciso acomodação e adaptação, mas autismo é um distúrbio não pré fixado. Não há limites superiores inerentes para aquisições. Posso sentir muito mais que posso comunicar e a coisa que mais posso perceber é se você acredita ou não que “eu posso”. Espere mais e você receberá mais. Incentive-me a ser tudo que posso ser, de modo que possa seguir o caminho muito depois de já ter saído de sua classe.

Traduzido de Ellen Notbohm por Heloiza Goodrich, TO

Fonte: Instituto Inclusão Brasil
http://inclusaobrasil.blogspot.com.br/2010/07/dez-coisas-que-todo-aluno-com-autismo.html

terça-feira, junho 09, 2015

Deficiência Intelectual X Dislexia

Segundo a literatura, existem habilidades que são mais prejudicadas na Deficiência Intelectual e outras na Dislexia. A observação adequada dessas dificuldades nos auxilia na obtenção de um diagnóstico mais preciso, nos permitindo ter uma visão diferencial de cada criança, verificando incoerências e determinando as melhores estratégias interventivas.

A Deficiência Intelectual (DI) é a principal patologia com relação à possibilidade de comorbidades apresentadas, ou seja, um indivíduo diagnosticado com deficiência intelectual pode apresentar-se com hiperatividade ou cometer trocas de letras com características disléxicas. No entanto, esses são sintomas "a mais" daquele quadro de deficiência intelectual, que deverá ser o diagnóstico principal. Um DI tem características muito variadas, dependendo do grau do acometimento, etiologia e estímulos recebidos. Algumas características neurolinguísticas e cognitivas:

Pouco, lento e pobre domínio visual de figuras;
Dificuldade com a orientação espacial e lateralidade;
Dificuldade em processar imagens vísuo-espaciais sem apoios concretos;
Falhas e empobrecimento no conteúdo do desenho;
Velocidade baixa de nomeação, com vocabulário empobrecido;
Rebaixamento nas memórias imediatas visuais e auditivas;
Pouca compreensão de ordens complexas, que envolvam abstrações e classificações;
Lentidão e empobrecimento sintático na formação de frases;
Dificuldade em alternar ordens num jogo;
Atraso na aprendizagem dos números e cálculos matemáticos;
Falhas de consciência fonológica e elementos sonoros individuais;
Atraso na aprendizagem das letras e fonemas;
Trocas de letras aleatórias, omissões e inserções variadas;
Leitura lenta, silabada e com baixa compreensão;
Escrita com caligrafia lenta, disgráfica e com baixa estruturação sintática e inteligibilidade.


Já os indivíduos disléxicos tendem a apresentar :

Falho e lento domínio visual;
Falho domínio vísuo-espacial e lateralidade;
Pobreza de detalhes no desenho;
Confusão léxica de nomeação de figuras;
Inversões, omissões ou trocas por sinônimos em memória visual e auditiva - pior para auditiva;
Falta de objetividade e clareza na classificação de objetos;
Falta de clareza na elaboração oral;
Confusão ou esquecimento de ordens complexas;
Dificuldades importantes de consciência fonológica, principalmente envolvendo soletração e rimas;
Facilidade com cálculos simples;
Atraso na aprendizagem dos fonemas e aquisição da leitura;
Trocas e confusão entre letras surdas e sonoras;
Predomínio da rota fonológica de leitura ou lexical equivocada - com invenções de palavras;
Escrita disgráfica, com omissões e trocas de letras recorrentes.


Fonte: Protocolo de Investigação Neurolinguística - Renata Jardini e Lydia S. Ribeiro Ruiz

domingo, maio 17, 2015

PSICOPEDAGOGIA X BULLYING - PARTE 2

O PSICOPEDAGOGO ATUANDO NA PREVENÇÃO DO BULLYING NO COTIDIANO EDUCACIONAL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES.
As práticas do psicopedagogo em instituições educacionais devem visar ampliar os conhecimentos sobre a realidade educacional, através de uma base teórica já existente sobre o assunto, assim conseguindo visualizar de maneira mais ampla e aprofundada as múltiplas faces que envolvem esse fenômeno social que é o bullying, em seus fatores históricos, econômicos e políticos e culturais, ficando claro que esta realidade social representa um mecanismo de exclusão, vivida em nosso país, priorizando o verdadeiro bem estar social e luta pela cidadania.  
As estratégias psicopedagógicas devem ser desenvolvidas a partir dos professores, de acordo com a realidade apresentada. A proposta inicial é serem utilizadas aulas expositivas, apresentadas em PowerPoint, a fim de levar a discussão e reflexão fomentadas, a partir da exibição de filme sobre a temática; dinâmicas de grupo e estratégias psicopedagógica devem ser desenvolvidas para imediata aplicação. A esse respeito, Weiss (2004), afirma que a psicopedagogia busca a melhoria das relações com a aprendizagem, assim como a qualidade na construção da própria aprendizagem de alunos e educadores.
Inicialmente devem ser feitas reuniões com professores e pais de alunos da comunidade com o objetivo de orientar o profissional para que reconheça o Bullying Escolar como forma de violência grave, que requer medidas urgentes para a sua contenção. Oferecer instrumentos de intervenção e prevenção capazes de reduzir o fenômeno e minimizar seus efetivos negativos.
A prática tem como intuito desenvolver a importância da cooperação, a não-violência, o respeito pelos direitos humanos e pela democracia. Estes conceitos encontram definições diferentes segundo os contextos culturais, mas prevalecem com valores de referência no universo das Organizações Não-Governamentais.
O intuito é procurar fazer com que os adolescentes e comunidade no geral pudessem conscientizar-se de que esse conflito relacional já é considerado um problema de saúde pública. Sendo assim é preciso desenvolver um olhar mais observador tanto dos professores quanto dos demais profissionais ligados ao espaço escolar.
É perceptível a importância de atentar a comunidade para sinais de violência, procurando neutralizar os agressores, bem como assessorar as vítimas e transformar os espectadores em principais aliados. Além disso, nota-se a importância de se tomar algumas iniciativas preventivas do tipo: aumentar a supervisão na hora do recreio e intervalo, evitar em sala de aula menosprezo, apelidos, ou rejeição de alunos por qualquer que seja o motivo. Também deve se atentar a promover debates sobre as várias formas de violência, respeito mútuo e a afetividade tendo como foco as relações humanas. O intuito dessas ações é estimular o exercício da solidariedade e da cidadania, mobilizando pessoas, grupos, instituições em prol do bem estar da comunidade, levando os jovens a refletirem a respeito da questão do Bullying, e das suas consequências aos grupos sociais.
Um fator de grande importância é buscar passar informações dos diversos canais de denuncia sobre os bullying através de panfletos semanais, e textos informativos.  Promover debates sobre bullying na escola fazendo com que o assunto seja bastante divulgado e assimilado pelos jovens.
Estimular a fazerem pesquisas sobre o tema e levar informações a comunidade através de dinâmicas, filmes, peças teatrais e reuniões de grupos. São atividades que se comprometem com a defesa dos direitos sociais, cidadania, justiça e liberdade, com o repúdio a todas as formas de preconceito. Tal interferência, portanto, se baseia fundamentalmente na defesa dos direitos sociais.

Por: Renata Cristina Barreto