terça-feira, fevereiro 28, 2012

SUPERVISÃO PSICOPEDAGÓGICA: Importância, vantagens, presencial ou á distância?

O trabalho psicopedagógico, o educativo, ou todo aquele voltado á aprendizagem, seja ele clínico, Institucional ou Empresarial pode ser multi ou interdisciplinar. No entanto, se trata de trabalho técnico especializado e, portanto, cabe ao psicopedagogo em exercício ou no uso de suas atribuições investigar os processos e problemas que ocasionam ou contribuem para instalação ou permanência de dificuldades. Lhe compete apresentar hipóteses concretas e substanciais, contribuições e orientações técnicas específicas, desta maneira, suprir a expectativa, ou seja, dar respostas para perguntas e atenuar sofrimentos, conflitos e outros sintomas decorrentes.
Definições
Supervisão: Processo de acompanhamento, inspeção e avaliação diagnóstica de atividades. Implica no levantamento de possíveis inconformidades a serem corrigidas em curto-médio e/ou longo prazos passíveis de orientação e levantamento e proposição de ações  corretivas e/ou oportunidades de melhorias.
Supervisão Psicopedagógica: Acompanhamento profissional especializado voltado ao acompanhamento, desenvolvimento e análise da práxis de profissionais, principalmente psicopedagogos, que tem por objeto de atuação a aprendizagem, seus processos, metodologias, modalidades, reflexos, consequências, problemas, limites, meios, vínculos, possibilidades e oportunidades entre outros fatores.
O trabalho do ponto de vista humano pode ser coletivo, e nem por isso deixa de ser solitário, por vezes, faltam:
ü  outras respostas possíveis ás perguntas de ordem específica;
ü  hipóteses;
ü  leituras;
ü  estudos e informações que a academia não dá conta de oferecer;
ü  experiência(s) proporcionadas ou vivenciadas.
Aí se estabelece a importância da supervisão, especialmente para:
ü  acompanhamento do desenvolvimento e evolução da atuação profissional (triagem, tabulação e assessoramento da organização de trabalhos);
ü  orientação profissional, e para melhor gestão de sua carreira (exemplo: recomendação de cursos a realizar, eventos científicos a participar voltados á sua realidade, necessidades e clientela);
ü  realização de estudos, registros e produção teórica acerca de sua prática para trabalhar sua escrita, possibilitar análise e reflexão de sua práxis ou mesmo publicar sua experiência e contribuir com o desenvolvimento da área em âmbito científico, além de divulgar seu trabalho;
ü  estar em contato com outro(s) profissional(is) ampliando rede de contatos e estar conectado á categoria;
ü  assessoramento para com a administração, empreendedorismo e gestão de suas atividades autônomas ou institucionais;
ü  apresentação de idéias, hipóteses e sugestões com sustentação teórica para situações que se apresentam;
ü  Sugestões de recursos para adoção em seus atendimentos;
ü  possibilidade de compartilhar angústias com alguém que compreende (trabalho terapêutico com o próprio profissional);
ü  obter recomendação de literaturas atuais, periódicos (revistas e jornais especializados), sites e/ou blogs, matérias e/ou artigos inéditos, testes, jogos, metodologias, sistemas e estratégias;
ü  entre outras possibilidades ou atividades.
Tudo isso á curto prazo, e cujo, maior benefício talvez seja ter mais segurança para poder trabalhar ante às incertezas e velocidade que as coisas mudam, o mercado reage e não dispomos de tempo para dar conta de tudo, nem de sistemas que não fiquem obsoletos ou engessem práticas; dos testes prontos que não servem para todos os casos.
Por conseguinte, é um investimento para si, com retorno garantido tanto do ponto de vista pessoal e profissional paralelamente.
Quando se está em formação na academia esta necessidade é suprida por professores experientes e atualizados, coordenadores e/ou gestores dos Cursos que são profissionais habilitados, especialistas e colegas na qual trocamos idéias e temos acesso á informações privilegiadas e atualizadas.


Profissionais de outras áreas adotam outras denominações, mas também usam a supervisão: psicólogos, psicanalistas, entre outros profissionais adotam a supervisão em busca de aperfeiçoamento, atualização e também por responsabilidade ética com sua prática, clientes e própria consciência. Buscam não estar na solidão, nem caminhar sozinhos. Estão sempre buscando formações e atualizações com profissionais mais experientes, estar sempre atualizados para um mundo e universo profissional global e com rápidas mudanças, que exige soluções, conhecimentos, habilidades e atitudes diferentes e cada vez mais complexas.
Quem pode se submeter á supervisão psicopedagógica?
A supervisão pode ser individual ou coletiva. Conforme necessidade de quem procura, e obedecendo ás questões de singularidade, especificidade, ética, sigilo e contrato podem ser aplicadas á um profissional, dois ou mais, ou a um grupo de profissionais ou de estudos. Pode acontecer á psicopedagogos que atuem em diferentes áreas da psicopedagogia, docência, gestão do ensino e seus sistemas, programas de inclusão, políticas públicas, projetos institucionais que requeiram atuação psicopedagógica cujo foco seja a aprendizagem.
Podem receber Supervisão Psicopedagógica:
Profissionais que querem ou precisam obter novos conhecimentos, técnicas, métodos em psicopedagogia, ou avaliar seus processos, desempenho e eficácia;
Psicopedagogos que querem obter suporte ou assessoramento á curto prazo para melhor direcionar seus trabalhos, INOVAR em seus serviços ou para tornarem-se psicopedagogos membros titulares;
Profissionais que procuram um diferencial em sua vida e carreira. Submetendo-se á psicopedagogia (de si mesmos) podem avaliar sua memória, atenção, concentração, potencial cognitivo e desempenho, ampliar seu autoconhecimento, habilidades e competências;
Psicopedagogos que querem ampliar sua própria vivência psicopedagógica, submetendo-se á psicopedagogia de si mesmos: avaliar sua memória, atenção, concentração, potencial cognitivo e desempenho, ampliar seu autoconhecimento, habilidades e competências para atuarem fortalecidos e amplamente conhecedores/experientes dos processos pelo qual seus clientes atravessam (rão);
Estudantes de psicopedagogia que têm uma visão genérica e universalista da profissão e querem ter foco em sua carreira;
Educadores (docentes ou gestores de diversas modalidades de ensino: educação infantil, séries iniciais, ensino fundamental, médio, técnico ou superior): que querem suporte para com a aprendizagem e sua prática pedagógica e/ou saber mais sobre as dificuldades de aprendizagem, discutir e receber orientações sobre casos específicos que requerem abordagem diferenciada em sala de aula, ou ainda que querem ampliar sua própria vivência pedagógica.
Supervisão Psicopedagógica: á distância ou presencial?
           
            A supervisão pode ser presencial, semi-presencial ou á distância. A correria, o dia a dia, trânsito, segurança pública e patrimonial, muitos compromissos, agendas lotadas, tempo para si, para a família e obrigações com administração do lar e compromissos pessoais de cidadão: compras a fazer, contas a pagar... implica em só restar da meia noite ás seis para algumas pessoas poderem dedicar a si mesmas, á formação e atualização inclusive.]
            Vivemos numa ‘vida louca’, a sociedade global e capitalista nos impõe concorrência, trabalho, trabalho e mais trabalho para dar conta de nossas vidas, desejos e necessidades, se trabalha cada vez mais a procura de conforto e dignidade, restando pouco tempo para estudar se qualificar-aperfeiçoar. Todavia poucos negam sua importância, necessidade e carência, por esta razão alguns procuram possibilidades á distância.
            O mais importante é buscar dentro de seu bolso, tempo e possibilidades a atualização. Neste acaso a supervisão nos últimos tempos vem seguindo também a tendência da tecnologia e evolução principalmente da informação e comunicação aliada ás possibilidades de interação “just in time” *em tempo real, por intermédio de conversas instantâneas, complementadas por correio eletrônico (e-mails), vídeos, redes sociais e ligações telefônicas.
            Vantagens e desvantagens: ambas as possibilidades são vias de mão dupla, vão ter benefícios e dificuldades a serem mensuradas por cada profissional interessado e em relação a singularidade de suas necessidades.
Na modalidade presencial estão benefícios como: o contato, são supridas necessidades visuais, auditivas e cinestésicas; como pontos negativos o deslocamento e tempo. Tradicionalmente o supervisionando frequenta o espaço do supervisor, mas também pode e é interessante acontecer um trabalho estilo “home care”, ou “personal”, que quer dizer, ir no espaço do supervisionado, realizando as sessões de supervisão lá ou eventualmente visitar também o seu espaço. Isso em livre consentimento entre as partes e acertados os eventuais adicionais que se coloquem.
À distância mantém-se o visual e o auditivo, perde-se a cinestesia, o contato com o material de suporte psicopedagógico concreto quando supervisor e supervisionado não tiverem em mãos ao mesmo tempo os mesmos recursos implicando por vezes na necessidade de investimento extra em curto prazo para aquisição ou impressão, e/ou na necessidade de repostas posteriores e não imediatas.
Semi-presencial, esta possibilidade é um mix entre presencial e a distância. Quanto a sua operacionalidade combina o exposto nos itens anteriores que versam sobre as especificidades. O contrato e metodologia a ser estabelecida, a periodicidade e horários dos encontros presenciais devem ser estabelecidas e acordadas entre as partes. Neste caso podem ser planejados e dosados os trabalhos que serão desenvolvidas em cada modalidade combinada conforme, perfil, possibilidades e necessidades do supervisionado e supervisor.
Como ficam os INVESTIMENTOS E/OU CUSTO-BENEFÍCIO?
Os valores podem variar e ser estabelecidos conforme:
ü  a região;
ü  por sessão e tempo/duração;
ü  metodologia(s) adotadas;
ü  modalidade(s);
ü  formação, titulação e experiência do supervisor.
ü  deslocamentos;
ü  aquisição de recursos materiais;
ü  tempo de análise de materiais desenvolvidos, produções, elaboração de pareceres, orientações especiais;
ü  formação complementar paralela necessária ou orientada.
Quanto aos valores podem variar de um mínimo de R$ 70,00 (setenta reais) a R$ 300,00 (trezentos reais) a sessão (por psicopedagogo supervisionado) com duração média de 50 (cinquenta) minutos.
E também, valores mensais, ou bimestrais ou trimestrais variáveis, conforme a quantidade de encontros ‘versus’ intervalo de tempo, metodologias e outras variáveis, que partem de um mínimo de R$ 350,00 (trezentos e cinquenta reais) a R$ 1.500,00 (Hum mil e quinhentos reais), ou mais, conforme o estabelecido e realizado.
Vale lembrar que se trata de investimento com retorno garantido e de valor e benefícios intangíveis.
Perfil profissional do Supervisor Psicopedagógico
O interessado em receber supervisão deve procurar um supervisor que lhe seja acessível, estudioso, transmita confiança. Afinidade, afeto e confiança são importantes ingredientes a serem considerados para estabelecer a relação com a aprendizagem. Tão quanto, ou mais importante do que títulos ou renome está o vínculo entre as partes e poder confiar e contar com. O supervisor Psicopedagógico deve:
ü  ser psicopedagogo membro titular nacional;
ü  ter amplo conhecimento teórico e prático em psicopedagogia;
ü  ter ampla experiência de atuação com processo de ensino aprendizagem;
ü  preferencialmente formação na área de educação, experiência em docência ou gestão escolar em diferentes modalidades de ensino;
ü  relação prática e íntima com os problemas e dilemas escolares e da aprendizagem na atualidade.
Uma relação contratual é importante. Estabelecer um contrato de prestação de serviço é interessante, muito embora se reconheça que o contrato firmado preceda a formalidade. Em tempo de legalização, direito do consumidor é sinal de profissionalismo, ética e transparência deixar claro entre as partes o que? como? quando? e por quanto? Será realizado o trabalho de supervisão. Não se precisa deixar de lado a flexibilidade. O estabelecimento de contrato aumenta clareza, credibilidade e confiabilidade.
            Psicopedagogo, Educador, Profissionais da aprendizagem éticos e comprometidos com a aprendizagem e que queiram inovar, empreender, lograr êxito e desenvolver práxis cada vez mais eficientes e assertivas buscam supervisão profissional, mudam seu desempenho, progressos e a melhora de ser crescimento pessoal e profissional e dos processos de ensino aprendizagem. Fazem a diferença.
PACHECO, Daniela Chagas. Supervisão Psicopedagógica: Importância vantagens, presencial ou á distância? Criciúma (SC), 2012. 
www.knowhowaprendizagem.blogspot.com.

segunda-feira, fevereiro 27, 2012

“ Palavras de Françoise Dolto”- psicóloga infantil

Seu conhecimento como psicanalista, cuja genialidade consistiu em levar os limites da intervenção psicanalítica até o primeiro dia de vida da criança, suas intuições terapêuticas, seu trabalho pedagógico voltado tanto para os pais quanto para os profissionais, seu combate em favor da "causa das crianças" fazem de Françoise Dolto (1908-1988) uma referência obrigatória na abordagem da primeira infância.
Uma das principais contribuições de Françoise Dolto foi a de reconhecer a criança, desde a mais tenra idade, como um sujeito de si mesma, de acordo com a psicanálise, que considera o paciente como sujeito de seus desejos inconscientes.
"Nosso papel como psicanalista, dizia, não é o de desejar algo para alguém, mas de ser aquele graças a quem ele pode chegar até seu desejo."

Como médica que desenvolveu uma cura analítica, ela escutava portanto pessoas de verdade, considerando que as crianças de um ano dispõem, à sua maneira, de uma plena inteligência das coisas. Ao fazer isso, ela as retirava do status social de infantes, etimologicamente os que não têm direito à palavra. "É escandaloso para o adulto, dizia ainda, que o ser humano no estágio da infância seja seu igual." Para Freud, o sonho, mas também todo sintoma patológico, é uma linguagem a ser decifrada. Para Françoise Dolto, o ser humano é um ser de linguagem, antes mesmo de saber falar. No ventre da mãe, no feto, a função simbólica já está sendo operada. Essa certeza permitiu-lhe escutar e ouvir o que faz sentido para o corpo do bebê.
Para sua grande surpresa, ela descobriu que uma palavra dirigida a um recém-nascido que ainda não fala pode ter efeitos terapêuticos. Foi por isso que sempre sugeriu aos pais que falassem com a criança de tudo o que lhes dissesse respeito, de "falar a verdade", desde o seu nascimento.
Porque o pior para um ser humano é o que fica privado de sentido: o que não passou pela linguagem.

Para Françoise Dolto, a concepção é um encontro a três e não apenas a dois: "Sozinha, cada criança se dá a vida pelo desejo de viver."
O fato de o embrião viver e a mãe não o abortar comprova que há um desejo compartilhado de vida. Desde o momento da concepção, o feto é portanto, um ser humano em desenvolvimento. Ele está em comunicação inconsciente com a mãe.
Os estados emocionais desta, assim como os acontecimentos que ocorrerem, marcam a sua vida psicológica. Uma mãe que "esquece" que está grávida pode dar à luz uma criança que se revelará mais tarde psicótica.

Ajudar a criança a crescer .

Françoise Dolto descreve o desenvolvimento da criança como uma série de "castrações": umbilical com o nascimento, oral com o desmame, anal quando começa a andar e aprender a usar o banheiro. A cada vez, a criança deve separar-se de um mundo para se abrir a um mundo novo. Cada uma dessas castrações é uma espécie de provação da qual a criança sai mais crescida e humanizada. A responsabilidade dos pais é ajudá-la a superá-las com sucesso.
Com o corte do cordão umbilical, o bebê renuncia ao estado de fusão com a mãe e ganha o mundo aéreo.
O aleitamento ou a mamadeira não representam apenas a satisfação de uma necessidade alimentar, porque o recém-nascido também é um ser de desejos próprios.
Ele é também um momento de contato corporal e de comunicação. É por isso que "precisamos castrar a língua do mamilo para que a criança possa falar", declara Françoise Dolto.
Ao renunciar ao seio e ao leite, o bebê renuncia novamente a um estado de fusão com a sua mãe. Com a distância e a liberação da boca, ele adquire a possibilidade de falar. Nessa época, mais ainda do que qualquer outra, a mãe deve dar à criança um banho de linguagem.
Com o caminhar, a criança afasta-se da mãe para descobrir o espaço. É necessário mais uma vez que ela não tenha rédeas nessa primeira autonomia.
O aprendizado do uso do banheiro deve ser feito quando a criança já adquiriu controle muscular suficiente, e não em uma idade pré-estabelecida e por constrangimento.
Nesse período, os pais começam a apresentar proibições para proteger a criança, e a primeira lei é a de não prejudicar outras pessoas e de não matar.
Se o fazem de maneira sádica, ou seja, apenas opressiva, não ensinam à criança a transformar seus impulsos agressivos em desejos socializados.
Ao longo da vida, esses impulsos apenas repelidos serão descarregados na primeira oportunidade, com uma crueldade sempre infantil.
Fonte: http://entrevista.2004.francoiasedolto
P.S. Para quem atua em psicopedagogia, é importante ler: "A criança do espelho', da Françoise Dolto.

sexta-feira, fevereiro 24, 2012

Tabela das Fases do Desenvolvimento Infantil - Desenvolvimento da Linguagem


Por Fga. Leandra Teixeira

Para que ocorra a aquisição e o desenvolvimento adequado da fala e da linguagem, muitos fatores estão envolvidos desde o nascimento do bebê. Entre eles a boa audição, o desenvolvimento adequado das funções: respiração, sucção, deglutição e mastigação e a estimulação global da criança. Os três primeiros anos de vida têm importância fundamental no desenvolvimento do cérebro humano e é, portanto, o período ideal para a aquisição da fala e da linguagem. A estimulação através de canto, conversas, proteção, brincadeiras e leitura propiciam a aquisição de habilidades que favorecem o desenvolvimento. Para que comece a ocorrer um processo de comunicação a criança deverá se sentir motivada para isso. Deverá existir o que se chama de intenção comunicativa (através da fala serão conseguidos objetos de interesse da criança). Este aspecto surge através do contato diário com as pessoas e da estimulação que essa interação propicia. Também devemos considerar a importância da amamentação materna, alimentação com textura e consistência adequada nas diferentes fases e a não existência de hábito de sucção de dedo ou chupeta além dos dois anos. Todos esses fatores contribuem para uma musculatura orofacial adequada à produção da fala.
Verifique o desenvolvimento da audição e da linguagem de sua criança:

0 a 3 meses:
Sua emissão sonora é muito rica: murmúrios, pequenos sons guturais (vocalizações reflexas), gritos;  vocalização ;   balbucio;
 Assusta-se com sons fortes, mas já reconhece e se acalma com a voz da mãe.

3 a 6 meses:
Imita sons espontâneos e balbucia; Produz sons de forma variada (aaa, eee, hum);
Vira a cabeça para o lado em que ouviu um som, chegando a interromper a atividade para ouvir um som.

6 a 9 meses:
Tenta expressar suas necessidades através de gestos e/ou vocalizações diferentes de choro.
Entende gestos do tipo “vem cá”, “não”
Inicia o balbucio (dadada, bababa, mamama)
Já localiza sons diretamente para os lados e se interessa por brinquedos que produzem ruído

9 meses a 1 ano:
Balbucia e presta atenção à fala das pessoas, além de entender expressões familiares como: não, tchau, dá.
Explora os sons dos objetos;

1 ano e meio (18 meses):
Linguagem telegráfica, emprega alguns verbos;
Seu vocabulário é de cerca de 20 a 100 palavras;
Começa a juntar palavra sem frases simples: "qué naná”, "qué papá";
Compreende ordens familiares: não mexa, dá pra mim, não pode;

2 anos:
Forma frases com 3 palavras, emprega substantivos e verbos; nomeia figuras; usa os pronomes “eu” e “ você“ ;
Seu vocabulário é de cerca de 200 a 300 palavras;
Compreende ordens faladas.

3 anos
Emprega substantivos, verbos no indicativo, adjetivos e preposições; Produz todos os fonemas embora possa omitir os grupos consonantais e arquifonemas. Vocabulário de cerca de 900 palavras. Nesta época pode ocorrer uma alteração de ritmo de fala, muitas vezes confundido com gagueira.

4 anos
Emprega substantivos, adjetivos, advérbios e verbos no futuro. Usa sentenças de 5 palavras. Fala todos os fonemas da língua. 

Se o desenvolvimento da criança não seguir a tabela acima procure fonoaudiólogo e o pediatra.

Importante: Quanto mais cedo for realizada a intervenção das alterações na aquisição da linguagem, maiores as chances de estimulação e/ou tratamento de um eventual problema.

A importância da Família como primeiro espaço educativo


A família é o primeiro espaço onde cada indivíduo se insere e o qual ajuda na promoção de o ser pessoa. É neste contexto que ele se conscientiza dos seus papéis primários e onde se inicia o processo de socialização primária, que o leva à articulação com a comunidade.
É no seio familiar que se faz a transmissão de valores, costumes e tradições entre gerações.
A educação, aqui, é processada sem regulamentos técnicos, onde constitui maior relevância aquilo que o indivíduo é e não aquilo que ele é capaz de fazer.
Desde sempre, a família acaba por surgir como um lugar onde se aprende a viver, ser e estar, e onde se começa o processo de conscientização dos valores sociais inerentes à sociedade e sem os quais esta não consegue subsistir. É neste ambiente que o indivíduo aprende a respeitar os outros e a colaborar com eles.
A família surge com direitos e deveres. Estes deveres estão consagrados na Constituição da República e nos valores sociais e morais respectivos à sociedade. Os pais dão vida aos filhos, a partir daqui cabe a eles dar-lhes o apoio de que necessitam, a educação e as condições necessárias para o seu crescimento saudável.
A família tem um papel educativo essencial. Dela vai depender a definição do quadro de referência primário para a prática educativa. No entanto, o desenvolvimento contínuo da função parental está longe de ser linear e positivo. Existem períodos de concordância que resultam em desenvolvimento para todos, mas também surgem momentos de desacordo que põe a família frente à educação com um profundo mal-estar.
O meio familiar exerce uma das mais importantes influências no desenvolvimento das capacidades cognitivas e na estruturação das características afetivas dos filhos. No entanto, a educação familiar não deve entoar só os efeitos do desenvolvimento dos filhos. A família deve ser considerada um ecossistema da educação.

Como você age com seu filho?

Relação entre pais e filhos nos dias atuais:

Como está o mundo hoje?

• Violência;
• Guerras;
• Novas descobertas científicas, novos remédios, novas técnicas de operação (micro-cirurgias ao invés de grandes cortes nas pessoas, etc.);
• Um bombardeio de informações através da televisão, jornal, rádio, internet;
• Novos produtos, maciça propaganda de lançamentos de produtos para todas as finalidades;
• Aumento do desemprego;
• Exigência de novas especializações para as pessoas poderem se empregar
• Ex: pessoas ter o segundo grau ou nível médio para poder ser caixa de supermercado; saber trabalhar usando o computador, etc.
• Frente a tudo isso, o pai e a mãe olha para seu filho e sente preocupação de educá-lo para a vida, para enfrentar essa nova realidade.

O QUE FAZER?

Como deve ser a relação entre pais e filhos nos dias atuais?

Como deve ser o lar?

• Lugar de acolhida, proteção e amor;
• É o ninho da intimidade: sem o medo, livre de preocupações, tensões, pressões;
• É o oásis da tranqüilidade: o lugar onde há sempre alguém que espera.
• É o porto onde nos equipamos para enfrentar o mundo exterior;
• É o ginásio de esporte onde se treina. Podem expressar suas forças e idéias, pois são amados.
• Em casa pode-se aprender errando;
• É a clínica do coração: perdão e encorajamento;
• É o lugar do intercâmbio afetivo entre gerações;
• É o terreno onde afundam as raízes da identidade.
• Dentro da casa nasce o “nós”, a nossa família;
• É o lugar mais bonito para se viver e crescer.

É vital ensinar os filhos a amarem a casa da família e a sentirem-se responsáveis por ela, para que todos possam transmitir sempre esta mensagem:

“Sinto-me tão feliz por estar aqui, com você”.

Que atitudes devem ser evitadas pelos pais?

Por que esse cuidado?

Sem o perceberem, os pais, em seus diálogos, estão transmitindo um verdadeiro MANUAL DE COMPORTAMENTO aos filhos, fora do que pensam fazer quando “estão educando as crianças”.

• Atitudes como impaciência (gritos: já disse, falei, dane-se, isto é problema seu, eu avisei, não me aborreça, não comece de novo, não vou entrar na sua, pelo amor de Deus, chega, já estou saturado, não pegue no meu pé, etc., etc...);
• Descontrole emocional provocando crises de choro, clastomania (destruição de objetos: pratos, livros, cartas, retratos);
• Desmaios, atitudes compulsivas (sair de casa, fechar-se num quarto);
• Agressão física (socos, pontapés, bofetadas, empurrões);
• Ameaças (abandono do lar, vender tudo e sair de casa, sair para não voltar);
• Autopunição (puxar os cabelos, arranhar-se, bater-se);
• Tentativas reais ou simuladas de auto-eliminação;
• Desonestidade (não fui eu, não disse tal coisa, você mente, você inventa, você é falso);
• Ofensas verbais (estúpido, louco, histérico, vagabundo, desordeiro, bêbado, cruel, mal educado e outras ).
Quais as atitudes positivas dos pais com os filhos ?
• Os filhos devem compreender que os pais apóiam seu esforço para tornarem-se autônomos, mas que, como pais, têm o dever de protegê-los dos perigos;
• Uma regra importante: pai e mãe estarem de acordo;
• Pai e mãe estabelecendo as mesmas regras;
• É útil distinguir, na educação dos nossos filhos, o que é importante e o que é irrisório.
• Em momentos particulares de proximidade e serenidade, os pais devem lembrar aos filhos que ser “único” é muito melhor do que ser “como os outros”;
• Preparar os filhos para a criatividade;
• Desenvolver nos nossos filhos o senso crítico, para que possam ter discernimento do certo e do errado, do bom e do mau;
• Desenvolver e estimular o culto e a prática da liberdade (com responsabilidade);
• Desenvolver o respeito à pessoa;
• Desenvolver o sentido da autonomia;
• Desenvolver o sentido da mobilidade, pois devem ser capazes de se adaptar constantemente às novas situações, capazes de descobrir respostas novas para novos desafios;
• Desenvolver o sentido da constância;
• Grande desafio: a partir dos 9-10 anos ensinar nossos filhos, frente a um trabalho, problema, tarefa, etc.:
• Primeiro: pensar;
• Segundo: imaginar como fazer;
• Terceiro: Agir (fazer).
• Quantos exemplos nós conhecemos de pessoas que agem por impulso na compra de um produto, mercadoria, em fazer um crediário acima de suas possibilidades financeiras, etc., apenas porque primeiro agiu, depois pensou e depois chorou.
• Não proibir a criança de agir, experimentar e aprender por si mesma, pois as sucessivas críticas e reprovações às suas iniciativas podem gerar sentimentos de inferioridade, baixa estima, ou timidez.
• Tanto as proibições, como a permissividade dos pais podem perturbar o desenvolvimento da criança e comprometer o seu futuro.

O que facilita o relacionamento pais e filhos?

• Estar perto de nossos filhos. Como? Brincando e ouvindo nossos filhos.
• Dar chance para nossos filhos pensarem, decidirem e fazerem coisas, atividades, tarefas;
• Evitar mentir para os filhos;
• Evitar divulgar os segredos dos nossos filhos. Há certas coisas que devem ficar restritas somente aos pais. Outras pessoas não devem saber;
• Estar disponível para o filho poder conversar com os pais;
• Procurar manter momentos de lazer em família, mesmo que seja um passeio pela praça, a um parque, etc.;
• Não ridicularizar o filho, usando expressões como:
• Você é burro, nunca vai aprender;
• Você é incapaz de fazer tal coisa;
• Você é um mão furada, tudo que pega deixa cair;
• Você é um eterno irresponsável, nunca consegue terminar nada.

E na educação dos nossos filhos, o que mais podemos fazer?

• Sendo exemplo para nossos filhos;
• Orientando nossos filhos: passando os nossos e o porque;
• Ensinando-os a aprenderem a julgar;
• Ensinando que raiva, medo, e outros são sentimentos comuns, mas que devemos saber expressá-los;
• Praticar: o perdão e a solidariedade;
• Entender a frustração;
• Ensinando-os sobre a frustração: não podemos ter tudo na vida, nem ter as coisas que queremos na hora que achamos que devemos ter. Devemos, isto sim, batalhar para podermos, paulatinamente, dando um passo de cada vez, conseguir as coisas que desejamos através do trabalho e planejamento, para chegar lá;
• Ensinado-os a perdoar. Mesmo estando certos, é necessário perdoar a quem nos culpa ou ofende. Na vida conjugal, no futuro, vai ser muito importante saber perdoar a esposa ou o esposo de qualquer ato que tenha sido feito;
• Usando de autoridade: firme, amorosa. Sem autoritarismo.


É necessário que a criança compreenda o significado do NÃO. E os pais devem saber quando dizer...

O que valorizar ?

• Iniciativa dos nossos filhos;
• Ser flexível;
• Aceitar mudanças;
• Procurar sempre se atualizar;
• Aceitar responsabilidades;
• Não esquecer nunca que o homem é um ser humano e não uma máquina (que pensa, sofre, está sujeito a pressões, etc.).

O que evitar em excesso?

• A falta de diálogo;
• O isolamento de cada um dentro da sua casa;
• Cada um com a sua TV, computador, etc.
• Não existir momentos para a família se reunir, falar uns com os outros, etc.

O que compartilhar?

• Os sonhos, os anseios, as aspirações;
• O afeto, o amor, as palavras mágicas: desculpe, por favor, obrigado, com licença, etc.;
• As tarefas domésticas: cada um contribuindo com a sua parte;
• O “é meu” ceder espaço para o “é nosso”;
• Ouvir a todos;
• Paciência.

O que harmonizar?

Devemos tentar harmonizar:

• Máquinas de mais (telefone, TV, computador, video-games);
• Relacionamentos de menos (menos momentos juntos).

E, finalmente, o que não pode faltar?
• Afeto, amor;
• Acalento;
• Toque;
• Confiança;
• Se mentirmos: rompe a confiança, rompe o diálogo, o relacionamento fica difícil e o nosso filho irá procurar fora de casa os esclarecimentos ou dúvidas que tenha;
• Acreditar na potencialidade de nosso filho;
• Nunca esquecer de aceitá-lo como ele é e não como gostaríamos que fosse;
• Educar filhos não é uma tarefa fácil;
• Paciência, respeito, compreensão e orientação são indispensáveis em todos os momentos;
• Criamos os nossos filhos para o mundo, devemos criá-los para serem felizes!
  Contribuição de:

Atividades Pedagógicas de Cores e Formas Geométricas para autistas

Por Joaquim Melo e Ana Maria Nascimento 
  Não é tão simples ensinarmos cores e formas geométricas para alunos com autismo, porém é possível desenvolver este aprendizado de maneira didádica e prazerosa. Por isso, estamos compartilhando com pais e profissionais que trabalham com pessoas com autismo, esta experiência desenvolvida com nosso filho, o Ulisses, e outros alunos. Em pouco tempo já estamos vendo progresso, pois ele expressa o aprendizado fazendo todas as atividades de forma correta.

As cores e formas geométricas já na Educação Infantil fazem parte do currículo escolar dentro do conteúdo de matemática. Este conteúdo faz parte do nosso dia-a-dia por isso é tão importante ensinarmos aos nossos pequenos. Quando trabalhamos cores estamos também ensinando a criança a classificar. E o ato de aprendermos a classificar a partir das cores faz com que a criança perceba no mundo e na natureza os pequenos detalhes da beleza da vida. A idéia é fazer com que o aluno com autismo consiga generalizar este aprendizado e servirá de porta de entrada para outras vias do conhecimento.

Esta atividade ensina as cores primarias como o azul, vermelho, amarelo e verde com materiais de tampa de diversas garrafas inclusive a de Pet. As formas geométricas são trabalhadas com tampinhas de pet e palitos de picolé de plásticos coloridos. De forma intuitiva o aluno, logo de início consegue entender a atividade.

Passo-a-passo da Atividade: Formas geométricas e cores

Para esta atividade temos o quadrado, retângulo e triângulo impresso na folha A4 cada forma nas quatros cores que são Vermelho, azul, verde e amarelo, estas folhas são plastificadas para melhor durabilidade. Aqui são usados palitos de plasticos coloridos(da kibon do picolé Frutilly), também pode ser usado de outras marcas e de palito de madeira pintado. O tamanho dos lados das formas devem ter o mesmo dos palitos usados. O aluno deve sobrepor cada palito em cima dos lados das formas conforme as cores. No retângulo foi usado dois palitos nos lados maiores.




Atividade do Círculo com tampas de pet. A técnica usada é a mesma, basta fazer o desenho no mesmo tamanho das tampas de Pet, cada circunfência formada de vários círculos representados por cada tampa.





Atividade de Cores com tampas variadas com Velcro. Notem que a idéia agora é trabalhar só cores de forma generalizada, pois estamos usando tampas de vários tamanhos, para que seja entendido que a relação feita é a cor não importando o tipo de tampa. Obs: os quadrados demarcados na folha neste momento não denota uma forma geométrica e sim o lugar onde a peça deve ser colocada. Esta atividade deve ser desenvolvida em etapas.

1ª - comece com uma cor em cada folha separada.


2ª - Depois que o aluno conseguir fazer as atividade em cores por vez, desenvolva então com duas cores ao mesmo tempo na mesma folha. 3ª - Depois de ter exercitado nas etapas anteriores, trabalhe agora com as quatros cores as mesmo tempo na mesma folha.
4ª - Nesta última etapa também propomos o trabalho com as quatros cores ao mesmo tempo na folha, diferença é que as cores não estão ordenadas exigindo um grau maior de dificuldade.



















Veja que foram usados materiais reaproveitados como as tampas e palitos de plásticos, que aparentemente não serviriam para fazer nada além de poluir as ruas. Fica a diga de uma forma de uso didático desses materiais.

Muito importante que você aplique as atividades propostas, pois os resultados certamente surgirão.

Fonte: Autismo no Amazonas

Quando procurar um psicopedagogo?

O psicopedagogo deve ser consultado sempre que o indivíduo apresentar dificuldades de aprendizagem, seja na infância ou na vida adulta.
É o profissional mais competente para atuar em uma situação de dificuldade de aprendizagem a qual caracteriza seu campo de formação, pesquisa e atuação. 

A dificuldade de aprendizagem pode ser de  origem orgânica, de origem intelectual /cognitiva, de origem emocional (incluindo-se á família), então o trabalho poderá ser em conjunto com outros profissionais.
 

É comum o professor ser o primeiro a perceber os sintomas dos distúrbios de aprendizagem na criança, a medida que inicia o trabalho de alfabetização.   Os pais nem sempre conseguem detectar esses sintomas com facilidade, pois sua tarefa de educação (e os são realmente, os primeiros ensinantes) não restringe tão somente à alfabetização, mas também a muitas outras atividades e tarefas diárias.
Nesse sentido qualquer que seja a dificuldade do indivíduo em aprender o psicopedagogo é o profissional indicado.

A escola me chamou para conversar. E agora? o que faço?
Não precisa se assustar. É um bom sinal quando a escola toma essa atitude. Os educadores estão comprometidos com os alunos e seu bem-estar. Possivelmente o professor detectou  e saberá como explicar e dará o encaminhamento para uma psicopedagoga indicada pela escola ou você deverá levar seu filho a uma psicopedagoga de sua conveniência. Mas é preciso levar a criança!

Que tratamento fazer?
O profissional elaborará um diagnóstico através de entrevistas com os pais e sessões com a criança de forma isolada. O tratamento terá sua duração diretamente ligada ao distúrbio de aprendizagem detectado e se necessário também o encaminhamento a outros profissionais da saúde como:
psicólogofonoaudiólogopsiquiatra;  neurologista entre outros.

Aos pais







"O que é um menino?”

"Os meninos se apresentam em tamanho, peso e cores sortidas. Encontram-se por toda a parte, em cima, em baixo, dentro, fora, trepados, pendurados, caindo, correndo, saltando. As mães os adoram, as meninas os detestam, as irmãs e os irmãos mais velhos os toleram, os adultos os ignoram e o céu os protege. Um menino é a verdade de cara suja, a sabedoria de cabelo esgadelhado, a esperança de calças caindo. Tem o apetite do cavalo, a digestão do avestruz, a energia da bomba atômica, a curiosidade do mico, os pulmões de um ditador, a imaginação de Júlio Verne, a timidez da violeta, a audácia da mola, o entusiasmo do buscapé e tem cinco polidáctilos em cada mão, quando pratica suas reinações. Adora os doces, os canivetes, as serras, o natal e a Páscoa; admira os reis e os livros de figuras coloridas; gosta do guri do vizinho, do ar livre, da água, dos animais grandes, do papai, dos automóveis e dos trens, dos domingos, das bombas e traques. Abomina as visitas, o catecismo, a escola, os livros sem figuras, as lições de música, as gravatas, os casacos, os barbeiros, as meninas, os adultos e a hora de dormir.
Levanta cedo e está sempre atrasado à hora das refeições. Nos seus bolsos há sempre um canivete enferrujado, uma fruta verde mordida, um pedaço de barbante, dois botões e algumas bolinhas de gude, um estilingue, um pedaço de substância desconhecida e um objeto raro, que lhe é precioso por 24 horas. É uma criatura mágica. Você pode fechar-lhe a porta do seu quarto de ferramentas, mas não a do seu coração… Pode expulsá-lo do seu escritório, mas não do seu pensamento. Toda a sua importância e a sua autoridade se desmoronam diante dele, que é o seu carcereiro, seu chefe, seu amo… Ele, um despótico e ruidoso mandãozinho!… Mas quando você volta para casa, à noite, de esperanças e ambições despedaçadas, ele pode compô-las num instante com as suas palavrinhas mágicas: “OH! - PAPAI!” 
O que é um menino? - autor desconhecido

    Aos pais caberão a primeira observação quanto ao comportamento da criança na idade escolar. Antes da idade pré-escolar os pais já são os primeiros ensinantes. Isso é inevitável pois atualmente com toda a tecnologia existente e disponível na maiorias das casas e ambientes, a criança precocemente toma contato com as primeiras letras, sinais, símbolos, imagens, regras e todos componentes que estão presentes na educação.
    Como pegar no lápis, de que forma desenhar a primeira letra, como pintar dentro dos desenhos. É através destas primeiras lições que os pais observam o comportamento da criança.
    Na idade pré-escolar é difícil diagnosticar distúrbios de aprendizagem. Deve-se esperar a criança ingressar na escola onde esses distúrbios serão evidenciados e ai sim, iniciada a intervenção.
    Vários são os fatores que interferem no rendimento isentando qualquer tipo de distúrbio. Uma família que tem os pais separados, brigas, desarmonias, falta de atenção aos filhos, perda dos valores morais, sociais e religiosos, abandono entre outros. Todas essas condições devem ser analisadas quando da primeira entrevista com o psicopedagogo.