quinta-feira, novembro 01, 2012

Compartilhando ideias da amiga Roberta Pimentel.

Um pouco mais de psicopedagogia – estudos e reflexões

Vamos a mais um processo de compartilhamento de estudos sobre psicopedagogia?

Já aventurei-me aqui no blog diversas vezes ao dividir com vocês, leitores(as), parte das minhas experiências nesse campo de estudos. Já fiz relatos de eventos que participei em psicopedagogia, desde o trabalho que apresentei no Congresso da ABPp (Associação Brasileira de Psicopedagogia), em Osasco, passando também por posts onde escrevi o que aprendi e conheci no último congresso em São Paulo, basta navegarem um pouquinho pelo blog e encontrarão tais publicações. Tem bastante coisa interessante, vale a pena, principalmente sobre o último evento que reuniu psicopedagogia e saúde mental.

Além disso, sempre que possível registro minhas aprendizagens com a supervisão psicopedagógica que faço com a Drª Nádia Bossa, também em São Paulo. Hoje é um desses momentos, quero mais uma vez relatar conhecimentos adquiridos nesse processo.

Porém, antes, explico algo importante. Nem tudo que escreverei por aqui são palavras da Drª Nádia. Hoje é um pouco diferente, pois quero apenas destacar algo que comecei a dar grande atenção no início do processo de supervisão, há mais de um ano e que fui construindo e reelaborando. Diz respeito as teorias que alicerçam nosso diagnóstico e intervenção.

Inicialmente, ainda nas primeiras supervisões, Drª Nádia fez algumas referências aos diferentes embasamentos teóricos que respaldam a psicopedagogia. A especialização que fiz, no meu ponto de vista, foi extremamente superficial, por isso senti-me bastante entusiasmada com a forma com que minha supervisora falava sobre as teorias da psicopedagogia, até porque ela foi bem além da pedagogia e da psicologia, que eu tinha ouvido e lido com mais frequência.

Antes de conhecer pessoalmente a Drª Nádia, já tinha lido suas principais obras e estudado suas coleções de DVDs (Atta Mídia – excelente material, me ajudou demais), assim como já tinha estudado Sara Paín, Edith Rubstein, Maria Lúcia Weiss, Jorge Visca e Alícia Fernández. Esses foram os autores que literalmente devorei durante minha especialização em psicopedagogia.

Aventurei-me durante os anos seguintes e até hoje continuo encontrando novos materiais e artigos que contribuem muito com meu processo de amadurecimento profissional. É nesse sentido que elaboro o artigo de hoje. Uma continuidade de estudos, aqui, junto com vocês. Que tal? Será que gostarão? Será que poderá ajudar alguém? Quem quiser participar comigo, relatar impressões e experiências, será uma honra, pois enriquecerá o estudo. Todos que quiserem e puderem me ajudar, mãos na massa, ajudem!!!!

E então, vamos lá?

Primeiramente, uma síntese bem rápida, apenas para uma contextualização importante: a psicopedagogia exige um olhar abrangente que envolve conhecimentos de várias ciências, em uma tentativa de integrar os múltiplos aspectos intervenientes nos processos de aprender e ensinar (Scoz, Beatriz. 2011).

Hoje, entendo na prática, de forma bem mais concreta, o quanto a psicopedagogia transcende os muros apenas da identificação das dificuldades, dos problemas, transtornos ou distúrbios e deleita-se também, necessariamente, aos aspectos das intervenções nas inúmeras relações humanas que intervém no processo de aprendizagem – pai, mãe, irmão, professores, etc. Isso sempre foi muito claro para mim, tendo em vista que em várias obras é possível ler a respeito das causas externas que interferem diretamente na aprendizagem, muitas vezes camuflando sintomas.

No entanto, quero aqui registrar o quanto fui elaborando em mim mesma, ao longo dos anos, a importância de trazer para as intervenções psicopedagógicas as relações envolvidas quando atendo os pacientes, com a presença física dos envolvidos ou não. Esse é um dos fatores que me levaram a criar o Centro de Referência em Aprendizagem Humana (CRAH) onde, em parceria com a livraria Janina elaboro encontros com pais e professores.

Os encontros do CRAH me ajudam numa série de itens que muitas vezes extrapolam os atendimentos clínicos. Alguns atendimentos realizo individualmente com os pais, ou seja, sem o (a) filho (a), e consigo ótimos avanços, mas, em grupo, assim como a própria Alícia Fernández sugere com seus trabalhos em família, procuro proporcionar também vivências diferentes das sessões individuais, são contextos de trabalhos que se complementam. No CRAH os pais de vários pacientes se conhecem e vivenciam comigo diferentes experiências, todas com o intuito final de fortalecer as relações humanas que interferem no processo de aprendizagem.

Em grupo tratamos de assuntos que vão bem mais além da sessão individual e é encantador ver como os pais se fortalecem nesse tipo de trabalho. O maior beneficiado com isso tudo são meus pacientes, claro. Imprime ao meu trabalho uma ação psicopedagógica de maior qualidade.

Este é um relato que há dias estava preparando para publicar com a finalidade de dividir experiências importantes na minha trajetória clínica e que possivelmente pode servir para os (as) colegas da mesma área.

Hoje, não posso me alongar muito mais, caso contrário, a publicação se estenderá além do ideal. Fico feliz de poder dividir aqui com vocês esse simples fato, mas que é tão significativo para mim e meus pacientes.

Mas, claro, antes de encerrar, preciso ir um pouco além e contar que, como disse um pouco antes, aprendi a admirar a segurança da Drª Nádia ao tratar das diferentes teorias que respaldam a atuação psicopedagógica, por isso quero contar para vocês que a partir de hoje publicarei meus estudos a respeito dessas teorias. Como foi um estudo muito importante pra mim, espero com isso que outras pessoas possam aprender comigo e, muito mais, formar um grupo de estudo virtual, rico em trocas de experiências. Que tal?

A partir de hoje, uma vez por semana publicarei esses estudos e torcerei para que as pessoas sintam vontade de entrar comigo nesse processo e assim fazerem seus registros no espaço dos comentários. Dessa forma será possível criarmos mais um canal de estudos na internet.

O blog já tem um número bastante relevante de acessos, o que me alegra inexplicavelmente, mas nem todos possuem tempo de escrever. Quando não puderem, sem problemas, deixem apenas a curtida registrada, se gostarem, para eu possa avaliar a percepção de vocês, mas, ainda assim, peço, se puderem, participem desse estudo comigo, escrevam suas impressões, compartilhem suas experiências.

Tenham certeza de que só registrarei artigos que possam ser importantes para a nossa prática. Algumas vezes escreverei sobre o sujeito cognoscente, outras vezes, sobre as principais implicações teóricas para a práxis psicopedagógica, me esforçarei para abordar as contribuições da psicanálise e assim por diante, conforme perceber a necessidade.

Dicas, críticas construtivas e outras experiências serão muito bem-vindas.

Com carinho, Roberta Pimentel

http://www.robertapimentel.com.br/2012/11/01/um-pouco-mais-de-psicopedagogia-estudos-e-reflexoes/

Nenhum comentário: