Toda criança, seja qual
for sua história e sua idade, terá que enfrentar o primeiro dia de aula e esta
experiência acarreta ansiedade e insegurança. Afastar-se do aconchego do lar e enfrentar
o desconhecido significa um grande salto na vida de qualquer criança. O
ingresso na Educação Infantil e na vida escolar representa um passo muito
grande em direção à independência. Esta é uma fase que exigirá um período de
adaptação. Quando falamos em adaptação devemos considerar que sempre que
enfrentamos uma situação nova, esse processo se desencadeia. O processo de
adaptação, portanto, inicia com o nascimento, nos acompanha no decorrer de toda
a vida e ressurge a cada nova situação que vivenciamos.
A adaptação antecede a ida
da criança à escola: surge como acenos de pensamentos que vão se fazendo
presentes até sermos tomados pela ideia e impulsionados à ação. A adaptação
escolar é um processo que vai exigir tanto da criança que busca adequar-se a
essa nova realidade social e de seus pais, quanto do educador e da instituição
que precisa se preparar para recebê-la. Para propiciar tranquilidade à criança
no processo de adaptação, de acordo com Felipe (2001), é fundamental que os
pais estejam seguros. Assim, é oportuno
que a escola da primeira infância mantenha uma relação de parceria com pais ou
responsáveis, e na medida do possível é importante que estes estejam disponíveis
e presentes fortalecendo a relação da criança com seu professor. 10086
Para Balaban (1988), é
necessário tempo para que essa criança apreenda toda a nova situação que está
vivenciando, seja a característica desse novo adulto, o professor, ou dessa nova
instituição, rotina e ambiente.
Cada instituição de
Educação Infantil deve planejar-se para esse processo de adaptação de acordo
com as concepções de educação e da criança que direcionam sua prática. Cada
instituição tem a sua realidade específica. A função da escola da primeira
infância e dos profissionais que nela atuam é receber a criança e para isso é
necessário um trabalho cuidadosamente planejado. A instituição deve causar boa
impressão, apresentar-se como um ambiente seguro, com um espaço que propicie o
desenvolvimento e uma aprendizagem significativa.
Nesse contexto, a
organização da sala-ambiente requer duas preocupações fundamentais, segundo
Rizzo (1986, p.314), “a primeira de constituir-se em ambiente atraente,
agradável, estimulador da curiosidade exploratória, característica da criança. A
segunda, de estar de tal forma organizada, que possibilite à criança aprender a
“usá-la” facilmente para que se sinta segura dentro dela”.
Nessa dinâmica
organizacional Balaban (1988) orienta que antes do início das aulas, sejam
organizadas reuniões coletivas e individuais com os pais, para a instituição
educativa expor aos mesmos a sua proposta pedagógica, os seus objetivos,
explicando-lhes como se dá esse processo de adaptação, enfatizando que esse
momento merece uma atenção especial.
Sendo assim, estabelece
uma relação de confiança, afetividade e amizade entre escola e família.
A organização do ambiente
escolar, a preparação dos profissionais que irão lidar com essas crianças e os
familiares é de fundamental importância para que a efetivação da adaptação à
vida escolar seja um momento positivo nos aspectos enfocados. O planejamento, desde
o conhecer dessa criança, através de entrevistas e questionários destinados às
famílias, à organização de atividades e do próprio espaço pelo qual a criança
está inserida ou vai se inserir merece cuidado.
Para que ocorra uma adaptação significativa da criança é necessário que
a instituição escolar fundamente-se teoricamente acerca do assunto e
organize-se para receber as novas crianças, sabendo que junto a elas receberá
também seus pais e/ou responsáveis. O professor é o principal mediador e tem
que atender as expectativas dos pais, ganhar a confiança das crianças e de seus
familiares e ainda, conduzir esse processo, além de trabalhar seus próprios sentimentos.
Estarão sendo postos o tempo todo à prova e é necessário sempre ampliar e capacitar
os seus conhecimentos.
O processo de adaptação
tem vida, ele se move de acordo com o sentimento e as percepções das pessoas
nele envolvidas. O que toca o que encanta, o que prende a atenção da criança é
a descoberta que fará o educador no contato com ela. Este contato é dinâmico,
se dá através do olhar, do toque, do tom de voz, da brincadeira e da imaginação
que aparece sempre vestida de faz-de-conta.
Participar do processo de
adaptação é estar implicado nele, é contagiar-se com a emoção que a interação
com a criança proporciona. Segundo Dantas (1994), por ser a criança essencialmente
emotiva e esta emotividade tendo tendências a propagar-se, o contato com a criança
faz com que o adulto permaneça exposto ao contágio emocional.
Criar um clima propício
para a aproximação não é tão simples. É preciso um olhar cuidadoso e atento
para perceber o que aproxima as crianças. Esse tipo de ação contribui para a
consolidação de vínculos afetivos e de vivência. Nesses casos, o que está em jogo é o exercício
da convivência, são as pequenas ações que fazem prevalecer à comunhão de uns com
os outros, a socialização, enfim a efetivação do processo de adaptação de
sucesso.
fonte: http://www.pucpr.br/eventos/educere/educere2009/anais/pdf/2496_1090.pdf
Um comentário:
momento tão delicado e lindo ao mesmo tempo!!
Fico imaginando os coraçõezinhos batendo de ansiedade!! Que lindas são as crianças, e passam por situações novas diariamente!
Como é lindo o educar com compromisso pelo serzinho que quer aprender!
bjs
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