O objetivo da Psicomotricidade Relacional de Lapierre é recuperar a história corporal afetiva do indivíduo. Ele dizia que os sintomas psicomotores vinham das relações tônico-afetivas das experiências primárias. Essas experiências, encontros físicos carregados de emoção com os pais ou cuidadores, influenciam a individuação e socialização. A história pessoal fica perpetuada em nossas contrações tônicas que torna-se crônica e involuntária.
Por meio do jogo espontâneo o psicomotetrista relacional faz a decodificação simbólica e flexibiliza o padrão tônico-relacional, possibilitando a expressão de desejos e necessidades e refaz a relação com seus pares.
Os encontros corporais afetivos inclui também os educadores. O educador guarda em sua natureza uma disponibilidade inerente para estabelecer vínculos afetivos. Grande parte desse potencial torna-se "lixo relacional", pois não da pra agir conscientemente nos conteúdos não-verbais por causa da dinâmica acelerada da rotina escolar e pelo não reconhecimento da importância tônico-afetiva.
O espaço relacional é o momento em que o cachorro percebeu a presença da pessoa e demonstrou ansiedade em seu tônus (erguer orelhas, corpo tensionado)
Quando a pessoa se aproximou muito do animal entrou em seu espaço vital, área de sobrevivência, avançar esse espaço sem uma prévia construção de confiança básica é como atacar o animal.
A demarcação do perímetro é variável. Com seu dono o espaço relacional chega ao contato físico com o cachorro, com um desconhecido qualquer aproximação é uma ameaça.
Assim o psicomotrista relacional como facilitador ao entrar no espaço vital que tem ansiedade persecutória deve ter clareza na comunicação, expressão espontânea, personalizar as relações, respeitar a distancia inicial imposta pela criança, enfatizar as potencialidades da criança e diminuir essa dsitancia inicial com modulação tônica adequada.
Já no espaço relacional, que tem ansiedade depressiva, o psicomotrista deve auxiliar a elaboração do luto, ajudar na percepção de si, evitar sentimentos extremos, ajudar a criança a responsabilizar-se pelos seus atos e lhe dar formas de reparar.
A intenção do psicomotrista relacional é auxiliar o sujeito a detectar suas dificuldades psicoafetivas, conquista da autonomia com vistas a socialização. Para cumprir esse papel deve mostrar-se receptivo, e o psicomotrista deve estar bem e saber seus limites vital e relacional. Ele precisa de conhecimento teórico e pessoal. Há uma humanização da relação. As intervenções devem ser feitas de forma singular e acolher a criança.
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