quinta-feira, abril 04, 2013

Sobre a regulamentação da Psicopedagogia

Concordo plenamente com suas colocações, Débora Braga. Existem muitas especulações e questões políticas, que impedem muitas coisas em nosso Brasil. É uma pena, mas já estamos acostumados com a morosidade de leis e projetos que não andam, não se efetivam, teríamos benefícios? sim teríamos, mas não podemos deixar de lado a nossa formação e constante aperfeiçoamento pois é fato que a qualidade oferecida por diversas instituições de ensino deixa muito a desejar. Creio que estão muito equivocados os representantes da classe dos psicólogos e fonoaudiólogos quando emitem sua opinião a respeito na nossa atuação. A educação por si só está acorrentada, engessada, causado muitos danos às nossas crianças, não há culpados, muito menos o aluno que não aprende. A sociedade precisa cobrar dos governantes um olhar mais expressivo ao sistema de ensino oferecido em nosso país, precisa cobrar melhores condições de acesso à escolas, melhor remuneração aos educadores, enfim, a educação está doente. A psicopedagogia resgata no sujeito o desejo por aprender, ajuda a entender que cada sujeito tem sua maneira de aprender, somos todos diferentes e temos maneiras diferentes para aprender, a psicopedagogia auxilia, mostra, clarifica os meios para que o aprendente atinja o sucesso escolar. 
A sociedade nos conhece e nos apoia pois sabe que somos pessoas sérias e comprometidas, capacitadas para promovermos a autonomia e autoria de pensamento a tantos que necessitam.
Inêz M K T Souza 

DESABAFO!
Por Débora Braga - Psicóloga/Psicopedagoga
Leio e acompanho o Processo da Regulamentação de nossa Profissão já algum tempo, não me preocupo com este fato, não somos reconhecidos, apenas por questões políticas e apenas nas fronteiras que cercam nosso país, além delas nossa Profissão já é regulamentada por muitos anos.
Sou Psicóloga de formação, me especializei em Educação Especial e fiz minha formação em Psicopedagogia com o Prof. Jorge Visca ( nem meu curso é reconhecido pelo MEC) e atuo na área desde 1994, ano que acabei meu curso. Podem me perguntar pq não me preocupo? Porque somos reconhecidos. Reconhecidos pela sociedade, por escolas, pais, professores, outros profissionais. Nosso conhecimento e nossa área de atuação nada tem em relação a Psicologia, pois nosso objeto de trabalho é APENAS o processo de APRENDIZAGEM e suas implicações. Não trabalhamos com o Inconsciente, quando percebemos que as questões emocionais empacam a aprendizagem, encaminhamos ao Psicólogo, não é assim? Trabalhamos com nossos próprios instrumentos, não utilizamos instrumentos de nenhuma outra Profissão. Temos nossos próprios recursos de intervenção e temos ótimos resultados. O QUE ME PREOCUPA e percebo em algumas colocações aqui no grupo, é com a qualidade de nossos cursos de FORMAÇÃO, isso sim deveríamos nos preocupar. Estamos bem embasados teóricamente, sabemos realmente o que fazer diante de um sujeito com dificuldade de aprendizagem, conhecemos nosso código de ética, nosso campo de atuação???? Estes questionamentos devem ser fundamentais. A sociedade não sobrevive mais sem um(a) Psicopedagogo (a). bjussss - Débora Braga


Notícia publicada ontem -03/04/2013 14h50 - Audiência Pública sobre a regulamentação da profissão.


Psicopedagogos reivindicam regulamentação de atividade; psicólogos e fonoaudiólogos se opõem.

A Comissão de Educação, Cultura e Esporte realizou, nesta quarta-feira (3) audiência pública para debater a regulamentação da atividade dos psicopedagogos, que é objeto do projeto de lei da Câmara 31/2010. Participaram do debate uma representante da categoria, que defendeu a regulamentação, além de representantes de psicólogos e fonoaudiólogos, que argumentaram contra a aprovação do projeto.

A presidente da Associação Brasileira de Psicopedagogia, Quézia Bombonatto, explicou que a atividade lida com o processo da aprendizagem, levando em consideração a influência do meio, como a família, a escola e a sociedade. Ela informou que a psicopedagogia é praticada no país há 35 anos, tendo desenvolvido, ao longo do tempo, produção acadêmica e ferramentas próprias, e que há hoje mais de 150 mil psicopedagogos no Brasil.

Quézia Bombonatto assegurou que a atuação do psicopedagogo não invade as áreas de atuação de outros profissionais e argumentou que a sociedade já legitimou a prática, que, segundo ela, já é regulamentada em vários países.

- A regulamentação é questão de disciplinamento. Se já há mais de 150 mil profissionais na área, é importante haver disciplinamento. Já temos código de ética, mas é importante que tenhamos respaldo da lei – disse.

A presidente do Conselho Federal de Fonoaudiologia, Bianca Queiroga, disse que sua categoria não apoia a aprovação do projeto da forma como ele está. Ela destacou o artigo 1º do texto, que autoriza a atuarem como psicopedagogos “os portadores de diploma de curso superior que já venham exercendo ou tenham exercido, comprovadamente, atividades profissionais de Psicopedagogia em entidade pública ou privada”, até a data de publicação da lei. Segundo ela, como não especifica curso superior, o projeto abre espaço para que pessoas sem formação na área de saúde possam realizar algumas atividades clínicas, como diagnosticar problemas e solicitar exames.

Já Celso Tondin, integrante do Conselho Federal de Psicologia, disse que trabalha pela rejeição e pelo arquivamento do projeto. Ele criticou a exigência de curso de especialização em Psicopegagogia para o exercício da atividade no caso dos psicólogos, pois, segundo ele, outros cursos também fornecem os conhecimentos necessários. Tondin também disse que a regulamentação não se justifica.

- O projeto esvazia a função do docente, criando mais uma atividade para remendar o ensino desqualificado. Não caminha na direção de melhorar o processo educacional – afirmou.

Críticas também foram feitas pela diretora da Associação Brasileira de Ensino de Psicologia, Alayde Maria Digiovanni. Ela disse que a regulamentação da atividade de psicopedagogo retoma uma visão de aprendizagem individualista, que culpa o aluno pelo seu fracasso, quando a culpa, segundo ela, cabe a uma complexa teia de relações sociais.

Ao final do debate, o relator do projeto na CE, senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), disse acreditar que a negociação que resulte no consenso entre as diversas categorias, de modo que seja possível regulamentar a atividade e resguardar as competências dos demais profissionais.

O presidente da comissão, senador Cyro Miranda (PSDB-GO), disse que solicitará aos ministérios do Trabalho, da Saúde e da Educação que se manifestem a respeito da regulamentação da atividade de psicopedagogia.

Moisés de Oliveira Nazário
(Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)


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