segunda-feira, junho 13, 2011

Sobre Psicopedagogia Hospitalar

O que significa psicopedagogia hospitalar?

Diz respeito às reflexões e práticas que levam em consideração os padrões normais e patológicos, tendo em vista a influência do meio – família, escola e sociedade – o desenvolvimento psico-sócio-educacional e físico dos pacientes.

O que faz o psicopedagogo no contexto hospitalar?

A proposta da Psicopedagogia Hospitalar é ser o interlocutor, não só de crianças, mas também de todos aqueles que passam por internações, sejam elas de curta, média ou longa durações, doenças crônicas e de pacientes terminais. Os psicopedagogos hospitalares, embasados na técnica e na prática, utilizam todo o seu conhecimento para criar um mundo onde as pessoas se preocupam umas com as outras.

Compete ao psicopedagogo hospitalar:

Intervir nas instituições de saúde, integrando equipes multidisciplinares, colaborando com outros profissionais, orientando seu procedimento no trato com o paciente e sua família.

Elaborar diagnósticos das condições de aprendizagem das pessoas internadas.

Adaptar os recursos psicopedagógicos para o contexto da saúde, utilizando recursos psicopedagógicos para elaborar programas terapêuticos de ensino/aprendizagem nas situações em que as pessoas estejam com as suas capacidades adaptativas diminuídas por razões de saúde.

Elaborar e aplicar programas comunitários de prevenção de comportamentos de risco e de promoção de comportamentos saudáveis.

Criar e desenvolver métodos e programas psicopedagógicos em contextos de reabilitação psicossocial, para pessoas em recuperação de doença.

Elaborar relatórios de condições terapêuticas de ensino/aprendizagem e outras comunicações.

Orientação ao paciente hospitalizado, com o objetivo de trabalhar não só os conhecimentos básicos, apesar da importância de se cuidar do não afastamento destes pacientes do mundo acadêmico. É importante, no entanto, focalizar o trabalho no desenvolvimento das competências de natureza psicossociais para que o paciente se habilite como agente ativo do seu próprio processo de tratamento, recuperação e promoção de sua saúde.

Dar suporte à família, profissionais e acompanhantes do paciente envolvido.

Quais as contribuições das intervenções psicopedagógicas?

A Psicopedagogia, em qualquer âmbito em que seja aplicada, trabalha as questões ligadas, principalmente, à ansiedade, baixa auto-estima e depressões; minimiza os prejuízos de ordem cognitiva no processo de aprendizagem, facilita a relação saudável do indivíduo com o meio e o prepara para aprender inclusive questões ligadas à sua maneira de ser, limites e potencialidades. Como especificamente, a enfermidade tende a afetar as interações do paciente com o ambiente físico e social em que vive e, por sua vez, os aspectos do ambiente são alterados como conseqüência da enfermidade, a capacidade de conhecer sua nova situação e gerenciá-la de modo otimista, produtiva e saudável pode fazer toda diferença na realização futura dessa pessoa, especialmente aquela que é hospitalizada por longos períodos.
Ao se atender o paciente hospitalizado com a intervenção psicopedagógica, cria-se um mecanismo protetor para neutralizar as adversidades inerentes à condição de enfermidade e hospitalização. Uma eficiente intervenção psicopedagógica facilita o desencadeamento do processo de resiliência, que consiste na habilidade de superar o efeito das adversidades e do estresse no curso do desenvolvimento.
A Psicopedagogia é fundamental ao paciente hospitalizado para manter os laços com os conhecimentos básicos e desenvolver as competências de natureza psicossocial. A escola e a aquisição de novos conhecimentos são, para a criança, meios de ser inserida e reconhecida no meio social, necessários para sua avaliação como pessoa.
Havendo uma internação, parte desse processo tende a ser bruscamente interrompido e, por vezes, por longos períodos, alterando sua auto-imagem e auto-estima e as suas possibilidades de voltar a se inserir no mundo escolar. Além disso, a doença, quando não compreendida pelo paciente causa duplo sofrimento, pela doença em si e pelo afastamento de seu meio de convívio e desenvolvimento educacionais, sociais e profissionais, visando uma melhor qualidade de vida ao grupo.

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