sexta-feira, agosto 14, 2015

Qual o tratamento para o TDAH?

A farmacoterapia (uso de medicamentos) é o tratamento de primeira escolha para indivíduos portadores do TDAH. Por outro lado, alterações no funcionamento psicológico e em outros domínios são essenciais para a aquisição de novas habilidades e para modificação de comportamentos não adaptativos. O tratamento combinado ‘medicamentos + terapia cognitivo-comportamental’ é considerado por muitos como uma excelente opção para o tratamento do indivíduo com TDAH. No entanto, embora o tratamento farmacológico sozinho seja capaz de melhorar muitos sintomas do TDAH dependendo da dose, não há evidências de que o mesmo acontece para quem só conta com a terapia.


Entre os medicamentos testados para o TDAH, mais de 200 estudos randomizados, controlados, demostraram a eficácia dos estimulantes. No Brasil, o medicamento dessa classe disponível para o tratamento do TDAH é o Mefilfenidato (MF). O fármaco está aprovado pelo FDA para tratamento de TDAH em pessoas com mais de 6 anos. A taxa de resposta ao estimulante é de 70 a 90%, o que é surpreendente no tratamento de doenças neuropsiquiátricas. Diversas técnicas de terapia cognitivo-comportamental (TCC) têm sido utilizadas para o manejo do TDAH, dentre as quais podemos citar as técnicas de treino de solução de problemas, repetição e verbalização de instruções, atividades interpessoais orientadas, treinamento de habilidades sociais e técnicas de manejo de contingências de reforçamento. 
Os Programas de Treinamento com Pais ou Familiares são uma ferramenta poderosa de intervenção. 
As etapas são geralmente distribuídas em: 
1) esclarecer os pais sobre o TDAH, suas múltiplas causas e o impacto na vida dos portadores; 
2) as dificuldades inerentes ao quadro; 
3) a aplicação de tarefas, a persistência em sua execução e a tolerância à frustração e aos insucessos iniciais de uso; 
4) estabelecer metas razoáveis 
5) reforçar os resultados alcançados. 

Alguns princípios básicos do Treinamento de Pais são: as relações familiares são recíprocas, o elogio deve ser priorizado em relação à punição, as consequências de um comportamento (elogio/punição) devem ser imediatas, específicas e consistentes e os comportamentos problemáticos devem ser antecipados sempre que for possível. Na medida em que os prejuízos apresentados pelas pessoas com TDAH acontecem principalmente no contexto escolar/laboral e familiar, é interessante conciliar a terapia com o paciente à modalidades de intervenção direcionadas para estes ambientes.

quinta-feira, agosto 13, 2015

Síndrome de Aarskog

A Síndrome de Aarskog é uma doença genética rara, existem apenas 101 casos relatados no mundo.

Sintomas:
  • Baixa estatura, característica que pode não ser evidente até a criança ter entre 1 e 3 anos de idade
  • Atraso da maturação sexual
  • Face arredondada
  • Linha capilar formando um bico na testa
  • Olhos muito separados, com as pálpebras caídas
  • Nariz pequeno com as narinas projetadas para a frente
  • Parte média da face pouco desenvolvida
  • Fenda larga sobre o lábio superior e dobra abaixo do lábio inferior
  • Atraso na erupção dos dentes
  • Parte superior do pavilhão auricular ligeiramente dobrada
  • Mãos e pés pequenos e largos
  • Dedos das mãos e dos pés curtos, interligados por fina membrana prega simiesca (única) na palma da mão
  • Esterno ligeiramente côncavo
  • Umbigo protuberante
  • Hérnias inguinais
  • Escroto "vazio"
  • Testículos retidos
  • Deficiência mental leve
  • Olhos com pálpebras oblíquas
  • Peito escavado (pectus excavatum)

Está ligada ao cromossoma X e é de carácter recessivo. Afeta sobretudo indivíduos do sexo masculino. É também conhecida como síndrome de Aarskog-Scott, displasia faciogenital ou síndrome faciodigitogenital.

O teste genético pode estar disponível para as mutações no gene FGDY1. O aconselhamento genético é indicado para indivíduos ou famílias que podem transportar esta condição, uma vez que existem características que se sobrepõem com a síndrome do alcoolismo fetal.

História
A síndrome foi nomeado em homenagem a Dagfinn Aarskog, pediatra e geneticista humano norueguês que a descreveu pela primeira vez em 1970, e por Charles I. Scott, Jr., um médico geneticista americano que descreveu a síndrome de forma independente em 1971.

Referências
Gerberding, Julie Louise (Julho de 2004). Fetal Alcohol Syndrome: Guidelines for Referral and Diagnosis (PDF) (em inglês) CDC. Visitado em 16 de fevereiro de 2014.
Aarskog D. (1970). "A familial syndrome of short stature associated with facial dysplasia and genital anomalies" (em inglês). J. Pediatr. 77 (5): 856–61. DOI:10.1016/S0022-3476(70)80247-5. PMID 5504078.
 Scott CI. (1971). "Unusual facies, joint hypermobility, genital anomaly and short stature: a new dysmorphic syndrome" (em inglês). Birth Defects Orig. Artic. Ser. 7 (6): 240–6. PMID 5173168.

terça-feira, agosto 11, 2015

Hiperatividade

Hiperatividade não é falta de concentração por falta de empenho ou um comportamento indisciplinado resultante da educação dada pelos pais.

Se os pais de crianças sem Hiperatividade ou Deficit de Atenção, se empenhassem da mesma forma que os pais de crianças Hiperativas na educação dos seus filhos, todos eles seriam uns gênios, super bem educados e extremamente organizados.

Educar ou viver com alguém com Hiperatividade é um desafio enorme e os familiares, amigos e colegas de pessoas com Hiperatividade deveriam de receber o devido mérito.

A Hiperatividade também não é uma condição psicológica que se uma pessoa realmente quisesse era pontual e organizada ou que passa com a ajuda dum psicólogo.

Pedir a uma pessoa Hiperativa para se concentrar e organizar é a mesma coisa que pedir a uma pessoa com miopia para se esforçar mais e tentar ler sem óculos ou pedir a um coxo para correr mais depressa.

É impossível e está fora do controlo da pessoa com Hiperatividade.

A Hiperatividade é uma condição física que se caracteriza pelo sub-desenvolvimento e mau funcionamento de certas partes do cérebro, nomeadamente:
Lobos Frontais – Os 2 lobos frontais são as partes do cérebro menos desenvolvidas nos hiperativos. Para além de serem mais pequenos,  a comunicação entre neurônios, o uso do glicogênio e oxigênio e a circulação sanguínea nesta parte do cérebro é pouco eficiente. As principais funções dos lobos frontais são a atenção, tomada de decisões, planeamento, organização, resolução de problemas, consciência e controlo de emoções.

Corpo Caloso – Canal de comunicação entre o hemisfério esquerdo e direito do cérebro, constituído por mais de 200 milhões de fibras nervosas
Gânglios da Base ou Núcleos da Base – Responsáveis pelo movimento, controlo dos músculos, aprendizagem, coordenação para além de desempenharam um papel muito importante no controlo da impulsividade, na intenção dos movimentos e controlo dos movimentos voluntários. Para além de terem, a par dos lobos frontais, a responsabilidade de regular o sistema de recompensa do cérebro.

Cerebelo – Também conhecido como pequeno cérebro, é responsável pelo controlo motor ou seja tudo o que está relacionado com os movimentos do corpo humano. Mas muitos estudos recentes começam a provar que também tem um papel muito importante na linguagem, memória, atenção e regulação das emoções

Sistema Dopaminérgico – Falta de e/ou Recaptação Precoce do Neurotransmissor – Dopamina
Sistema Noradrenérgico – Falta de e/ou Recaptação Precoce do Neurotransmissor -Noradrenalina
Mas também pela menor e menos eficaz atividade elétrica, menor circulação sanguínea no cérebro e má gestão da glucose que é o principal combustível do cérebro.

Tudo isto leva a que haja uma má comunicação entre neurônios, má comunicação e falta de sincronização entre as várias partes do cérebro.

TIPOS DE HIPERATIVIDADE

PREDOMINANTEMENTE DESATENTO
Dificuldade em prestar atenção e manter a concentração por períodos de tempo a assuntos que são pouco interessantes para a pessoa.

PREDOMINANTEMENTE HIPERATIVO & IMPULSIVO
Dificuldade em manter-se sossegado no mesmo local quando a tarefa ou conversa que estão a ouvir não é interessante para a pessoa. Outro aspeto é a dificuldade em parar para pensar/analisar as consequências da ação que está prestes a iniciar.

COMBINADO DESATENTO + HIPERATIVO
É o mais comum dos 3 tipos de hiperatividade. A pessoa é desatenta, hiperativa e impulsiva.