terça-feira, abril 30, 2013

Estimulação Precoce - Tapete das sensações

Tapete das sensações


Conforme mostram Arce e Silva (2009, p. 178), o cérebro infantil possui significativa plasticidade, por isso, apontam para a necessidade da ação pedagógica com os bebês ser voltada para a estimulação, a qual contribui para o desenvolvimento das habilidades e capacidades dos bebês.



Desse modo, Vincenti e Seteffanini (2009, p.130), baseados em estudos e pesquisas destacam que a estimulação precoce com bebês aumenta a função encefálica “[...] ao passo que a ausência de estimulação precoce leva à perda de função encefálica [...]”.



Considerando a importância da estimulação na ação pedagógica com bebês, ressaltamos a necessidade de o (a) professor (a) planejar e organizar de modo intencional o ambiente, disponibilizando materiais e brinquedos que proponham problemas diferenciados e despertem a curiosidade e o interesse.





Por isso, nós do CRINFANCIA, sugerimos a confecção do “tapete das sensações” para compor de forma instigante o ambiente do berçário. 


Conforme mostramos nas imagens, esse material pode ser confeccionado sobre uma base de papel ou tecido, onde podem ser colados placas contendo diferentes materiais (lixas, algodão, plásticos, sementes, tampas, entre outros) ou se composto por tecidos com diferentes texturas.


Essa atividade contribui para que os bebês:

  • reconheçam o próprio corpo e as diferentes sensações,
  • proporciona o contato com novas texturas,
  • estimula a autonomia na exploração do ambiente,
  • explora o tato e a visão,
  • além de estimular a engatinhar, deitar, rolar e caminhar por toda sua extensão para sentir as diferentes texturas.




FONTE: http://www.rbranco.com.br/homepage/portal/conteudo.asp?not=1148

http://revistaguiainfantil.uol.com.br/professores-atividades/87/imprime181527.asp

Arce, Alessandra; Silva, Janaina Cassiano; É possível ensinar no berçário? O ensino como eixo articulador do trabalho com bebês (6 meses a 1 ano de idade). In: Arce, Alessandra; Martins, Lígia Márcia. Ensinando aos pequenos de zero a três anos. 2009, Campinas. Ed. Alínea.

Vincentini, Carlos Alberto; Maria; Stefanini, Maria Aparecida; Vincentini, Irene Bastos Franceschini. Considerações morfofuncionais do desenvolvimento do sistema nervoso. In: Arce, Alessandra; Martins, Lígia Márcia. Ensinando aos pequenos de zero a três anos. 2009, Campinas. Ed. Alínea.

segunda-feira, abril 29, 2013

Modelo de Informe Psicpedagógico


INFORME PSICOPEDAGÓGICO DO APRENDENTE V.S.R.

Motivo da avaliação:
A orientadora da escola de Vitor busca avaliação psicopedagógica, com o objetivo de auxilia-lo em suas dificuldades na aprendizagem.
Segundo relato da orientadora e da avó, V. apresenta problemas na realização das tarefas escolares, tem dificuldades na leitura e na escrita. A avó relata que V. frequentemente apresenta mudanças de humor e comportamento inadequado ao lidar com ela, informa ainda que o menino sente muito a falta da mãe.

LEITURA:
Na prova de decodificação de palavras V. apresenta dificuldade acentuada. Não consegue identificar todas as sílabas, faz confusão entre as letras efetuando troca de fonemas/grafemas. Não realiza leitura silenciosa nem oral.

Síntese: Dificuldade acentuada na leitura.

ESCRITA:
Grafia: Preensão adequada do lápis. A folha verticalmente em direção ao corpo, determinando adequada sinergia articular. V. é canhoto e apresenta bastante habilidade no uso da mão esquerda. (recorte).
Ortografia: Na prova do Inventário Alfabético consegue identificar a maioria das letras com lentidão efetuando a troca do N pelo M – G pelo P – T pelo F – A pelo O, se confunde ao escrever palavras acrescentando letras. Ao solicitar que ordenasse o alfabeto apresentou dificuldades informando ter esquecido o nome das letras. Não reconheceu as letras L e Q.

Par educativo – Produção textual: Solicitado a desenhar a pessoa que ensina e a pessoa que aprende, desenha: Uma professora Maria de 20 anos e Victor de 7 anos. Verbaliza que esse “Victor” não é ele, esse tem o “C” no nome, é outro menino e ele ainda não aprendeu a ler, mas vai aprender. Ambos estão no ambiente da sala de aula próximo ao quadro que não aparece no desenho, ocupa a margem inferior direita da folha para o desenho.

O texto que escreve sobre o Par Educativo é o seguinte:
SEM TÍTULO
Não escreveu nada, apenas relatou verbalmente o que estava acontecendo.

Síntese: V. apresenta dificuldades importantes no processo de leitura e escrita, bem como, trocas de letras, e a não identificação de algumas, não apresenta uma produção textual sintética.

NÍVEL DE PENSAMENTO:
Os dados levantados a partir de algumas técnicas piagetianas de investigação do desenvolvimento das estruturas cognitivas permitem inferir que Vitor, no que se refere à construção da noção de conservação da quantidade de matéria, apresenta respostas indicativas de um nível inicial pré-operatório intuitivo articulado, ou seja, num nível 2 - de transição, ora conserva, ora não conserva; no que se refere à seriação, observa que realiza com imprecisão, no que se refere à construção da estrutura de classificação com mudança de critério dicotomia, as condutas são intermediárias, reunindo os elementos por critério de cor e tamanho, no que se refere à inclusão de classes obtendo êxito. Qualitativamente, observou-se que Vitor realizou com presteza as atividades solicitadas, teve curiosidade sobre o material, teve um ritmo acelerado na resolução das proposições, demonstrou insegurança na realização das mesmas.

Concluindo, os dados apontam para construções que se situam predominantemente num nível de transição entre o pré-operatório e operatório-concreto. Isso também se evidencia na realização dos cálculos matemáticos.

Síntese: Nas provas de nível de pensamento V. apresentou desempenho num nível intermediário, as respostas apresentam oscilações, instabilidade ou não são completas. Em um momento conserva em outro não.

MATEMÁTICA:
No teste de problemas matemáticos de Stein, que envolvem distratores linguísticos, demonstrou pequenas falhas na realização das operações de adição, as respostas não foram corretas pelos problemas nos cálculos.  
            
Síntese: Demonstra interesse e gosto pelos números e pelas contas, porém ainda apresenta dificuldades na construção do número.


DESEMPENHO ESCOLAR:
          De acordo com a análise do material escolar evidencia-se, falta de cuidado com seus cadernos, apresentam desenhos coloridos, adesivos, alguns espaços em branco e orelhas nos cadernos, letra variada, omissões de letras e trocas. Realiza cópia do quadro e por falta de organização espacial e temporal comete falhas e apresenta atividades incompletas. Não realiza os temas de casa.
  
CONDUTA DURANTE A AVALIAÇÃO:
         Demonstrou-se sempre participativo e disponível. Ora entusiasmo, ora apreensivo, apesar de não revelar suas emoções.

SÍNTESE: Indica-se atendimento psicopedagógico voltado às questões de lecto-escrita e desenvolvimentos das habilidades de construção do cálculo.

quarta-feira, abril 17, 2013

O que é ARTETERAPIA?


"Arte é a expressão mais pura que há para a demonstração do inconsciente de cada um. É a liberdade de expressão, é sensibilidade, criatividade, é vida" (Jung, 1920).




Arteterapia é um processo terapêutico que se serve do recurso expressivo a fim de conectar os mundos internos e externos do indivíduo, através de sua simbologia. 

Variados autores definiram a Arteterapia, todos com conceitos semelhantes no que diz respeito à auto-expressão. É a arte livre, unida ao processo terapêutico, que transforma a Arteterapia em uma técnica especial. Segundo a Associação Brasileira de Arteterapia, é um modo de trabalhar utilizando a linguagem artística como base da comunicação cliente-profissional. Sua essência é a criação estética e a elaboração artística em prol da saúde.

O uso de recursos artísticos com finalidades terapêuticas começa a ser incentivado no início do século XIX, pelo médico alemão Johann Christian Reil, contemporâneo de Pinel. Este profissional estabeleceu um protocolo terapêutico, com finalidade de cura psiquiátrica onde incluiu o uso de desenhos, sons, textos para estabelecimento de uma comunicação com conteúdos internos. Estudos posteriores traçaram relações entre Arte e Psiquiatria, sendo que um profissional que também utilizou o recurso da arte aplicado à Psicopatologia foi Carl Jung, que passou a trabalhar com o fazer artístico, em forma de atividade criativa e integradora da personalidade:

Partindo do princípio de que muitas vezes não se consegue falar a respeito de conflitos pessoais, a Arteterapia propõe recursos artísticos para que sejam projetados e analisados todos esses processos, obtendo-se uma melhor compreensão de si mesmo, e podendo ser trabalhados no intuito de uma libertação emocional.

A Arteterapia baseia-se na crença de que o processo criativo envolvido na atividade artística é terapêutico e enriquecedor da qualidade de vida das pessoas. Por meio do criar em arte e do refletir sobre os processos e os trabalhos artísticos resultantes, pessoas podem ampliar o conhecimento de si e dos outros, aumentar a auto-estima, lidar melhor com sintomas, stress e experiências traumáticas, desenvolver recursos físicos, cognitivos, emocionais e desfrutar do prazer vitalizador do fazer artístico.

As linguagens plásticas, poéticas e musicais, dentre outras, podem ser mais adequadas à expressão e elaboração do que é apenas vislumbrado, ou seja, esta complexidade implica na apreensão simultânea de vários aspectos da realidade. Esta é a qualidade do que ocorre na intimidade psíquica: um mundo de constantes percepções e sensações, pensamentos, fantasias, sonhos e visões, sem a ordenação moral da comunicação verbal do cotidiano.

Uma obra de arte consegue, por si só, transmitir sentimentos como alegria, desespero, angústia e felicidade, de maneira única e pessoal, relacionadas ao estado espiritual em que se encontra o autor no momento da criação.

A utilização de recursos artísticos (pincéis, cores, papéis, argila, cola, figuras, desenhos, recortes, etc.) tem como finalidade a mais pura expressão do verdadeiro self, não se preocupando com a estética, e sim com o conteúdo pessoal implícito em cada criação e explícito como resultado final. Contudo, as técnicas de utilização dos materiais, acima citados, são para simples manuseio dos mesmos, e não para profissionalização ou comercialização.

A Arteterapia tem como principal objetivo atuar como um catalisador, favorecendo o processo terapêutico, de forma que o indivíduo entre em contato com conteúdos internos e muitas vezes inconscientes, normalmente barrados por algum motivo, assim expressando sentimentos e atitudes até então desconhecidos.

A Arteterapia resgata o potencial criativo do homem, buscando a psique saudável e estimulando a autonomia e transformação interna para reestruturação do ser. Propõe-se então, a estruturação da ordenação lógica e temporal da linguagem verbal de indivíduos que preferem ou de outros que só conseguem expressões simbólicas. A busca da terapia da arte é uma maneira simples e criativa para resolução de conflitos internos, é a possibilidade da catarse emocional de forma direta e não intencional.

quinta-feira, abril 04, 2013

Sobre a regulamentação da Psicopedagogia

Concordo plenamente com suas colocações, Débora Braga. Existem muitas especulações e questões políticas, que impedem muitas coisas em nosso Brasil. É uma pena, mas já estamos acostumados com a morosidade de leis e projetos que não andam, não se efetivam, teríamos benefícios? sim teríamos, mas não podemos deixar de lado a nossa formação e constante aperfeiçoamento pois é fato que a qualidade oferecida por diversas instituições de ensino deixa muito a desejar. Creio que estão muito equivocados os representantes da classe dos psicólogos e fonoaudiólogos quando emitem sua opinião a respeito na nossa atuação. A educação por si só está acorrentada, engessada, causado muitos danos às nossas crianças, não há culpados, muito menos o aluno que não aprende. A sociedade precisa cobrar dos governantes um olhar mais expressivo ao sistema de ensino oferecido em nosso país, precisa cobrar melhores condições de acesso à escolas, melhor remuneração aos educadores, enfim, a educação está doente. A psicopedagogia resgata no sujeito o desejo por aprender, ajuda a entender que cada sujeito tem sua maneira de aprender, somos todos diferentes e temos maneiras diferentes para aprender, a psicopedagogia auxilia, mostra, clarifica os meios para que o aprendente atinja o sucesso escolar. 
A sociedade nos conhece e nos apoia pois sabe que somos pessoas sérias e comprometidas, capacitadas para promovermos a autonomia e autoria de pensamento a tantos que necessitam.
Inêz M K T Souza 

DESABAFO!
Por Débora Braga - Psicóloga/Psicopedagoga
Leio e acompanho o Processo da Regulamentação de nossa Profissão já algum tempo, não me preocupo com este fato, não somos reconhecidos, apenas por questões políticas e apenas nas fronteiras que cercam nosso país, além delas nossa Profissão já é regulamentada por muitos anos.
Sou Psicóloga de formação, me especializei em Educação Especial e fiz minha formação em Psicopedagogia com o Prof. Jorge Visca ( nem meu curso é reconhecido pelo MEC) e atuo na área desde 1994, ano que acabei meu curso. Podem me perguntar pq não me preocupo? Porque somos reconhecidos. Reconhecidos pela sociedade, por escolas, pais, professores, outros profissionais. Nosso conhecimento e nossa área de atuação nada tem em relação a Psicologia, pois nosso objeto de trabalho é APENAS o processo de APRENDIZAGEM e suas implicações. Não trabalhamos com o Inconsciente, quando percebemos que as questões emocionais empacam a aprendizagem, encaminhamos ao Psicólogo, não é assim? Trabalhamos com nossos próprios instrumentos, não utilizamos instrumentos de nenhuma outra Profissão. Temos nossos próprios recursos de intervenção e temos ótimos resultados. O QUE ME PREOCUPA e percebo em algumas colocações aqui no grupo, é com a qualidade de nossos cursos de FORMAÇÃO, isso sim deveríamos nos preocupar. Estamos bem embasados teóricamente, sabemos realmente o que fazer diante de um sujeito com dificuldade de aprendizagem, conhecemos nosso código de ética, nosso campo de atuação???? Estes questionamentos devem ser fundamentais. A sociedade não sobrevive mais sem um(a) Psicopedagogo (a). bjussss - Débora Braga


Notícia publicada ontem -03/04/2013 14h50 - Audiência Pública sobre a regulamentação da profissão.


Psicopedagogos reivindicam regulamentação de atividade; psicólogos e fonoaudiólogos se opõem.

A Comissão de Educação, Cultura e Esporte realizou, nesta quarta-feira (3) audiência pública para debater a regulamentação da atividade dos psicopedagogos, que é objeto do projeto de lei da Câmara 31/2010. Participaram do debate uma representante da categoria, que defendeu a regulamentação, além de representantes de psicólogos e fonoaudiólogos, que argumentaram contra a aprovação do projeto.

A presidente da Associação Brasileira de Psicopedagogia, Quézia Bombonatto, explicou que a atividade lida com o processo da aprendizagem, levando em consideração a influência do meio, como a família, a escola e a sociedade. Ela informou que a psicopedagogia é praticada no país há 35 anos, tendo desenvolvido, ao longo do tempo, produção acadêmica e ferramentas próprias, e que há hoje mais de 150 mil psicopedagogos no Brasil.

Quézia Bombonatto assegurou que a atuação do psicopedagogo não invade as áreas de atuação de outros profissionais e argumentou que a sociedade já legitimou a prática, que, segundo ela, já é regulamentada em vários países.

- A regulamentação é questão de disciplinamento. Se já há mais de 150 mil profissionais na área, é importante haver disciplinamento. Já temos código de ética, mas é importante que tenhamos respaldo da lei – disse.

A presidente do Conselho Federal de Fonoaudiologia, Bianca Queiroga, disse que sua categoria não apoia a aprovação do projeto da forma como ele está. Ela destacou o artigo 1º do texto, que autoriza a atuarem como psicopedagogos “os portadores de diploma de curso superior que já venham exercendo ou tenham exercido, comprovadamente, atividades profissionais de Psicopedagogia em entidade pública ou privada”, até a data de publicação da lei. Segundo ela, como não especifica curso superior, o projeto abre espaço para que pessoas sem formação na área de saúde possam realizar algumas atividades clínicas, como diagnosticar problemas e solicitar exames.

Já Celso Tondin, integrante do Conselho Federal de Psicologia, disse que trabalha pela rejeição e pelo arquivamento do projeto. Ele criticou a exigência de curso de especialização em Psicopegagogia para o exercício da atividade no caso dos psicólogos, pois, segundo ele, outros cursos também fornecem os conhecimentos necessários. Tondin também disse que a regulamentação não se justifica.

- O projeto esvazia a função do docente, criando mais uma atividade para remendar o ensino desqualificado. Não caminha na direção de melhorar o processo educacional – afirmou.

Críticas também foram feitas pela diretora da Associação Brasileira de Ensino de Psicologia, Alayde Maria Digiovanni. Ela disse que a regulamentação da atividade de psicopedagogo retoma uma visão de aprendizagem individualista, que culpa o aluno pelo seu fracasso, quando a culpa, segundo ela, cabe a uma complexa teia de relações sociais.

Ao final do debate, o relator do projeto na CE, senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), disse acreditar que a negociação que resulte no consenso entre as diversas categorias, de modo que seja possível regulamentar a atividade e resguardar as competências dos demais profissionais.

O presidente da comissão, senador Cyro Miranda (PSDB-GO), disse que solicitará aos ministérios do Trabalho, da Saúde e da Educação que se manifestem a respeito da regulamentação da atividade de psicopedagogia.

Moisés de Oliveira Nazário
(Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)


terça-feira, abril 02, 2013

Equoterapia


Equoterapia é um método terapêutico e educacional, que utiliza o cavalo dentro de uma abordagem interdisciplinar, nas áreas de saúde, educação e equitação, buscando o desenvolvimento biopsicossocial de pessoas com deficiências e/ou necessidades especiais. Conceito da ANDE-BRASIL, 1999.







Princípios Básicos da Equoterapia (no aspecto motor) 

O prazer de montar

A andadura do cavalo imprime movimentos tridimensionais, ou seja, em três eixos distintos para cima e para baixo, para um lado e para outro e para frente e para trás, que são estímulos somatossensorial, proprioceptivos e vestibulares para o praticante cavaleiro.

Desenvolver o controle postural do praticante pelo estímulo à via dos substratos do controle motor local.

Desenvolver o equilíbrio do praticante pelo estímulo aos substratos de controle motor postural, reações de ajuste, de defesa e de endireitamento corporais.

Aperfeiçoar o assento do praticante sobre o cavalo pelo estímulo do controle motor global. Nesta fase o praticante aperfeiçoa e aplica feedback/feedforward adquiridos, que o permitem manter-se equilibrado sobre à sela e unir-se coordenada e harmoniosamente aos movimentos do cavalo, desenvolvendo com o animal um conjunto biomecânico melodioso. 

Metas (motoras) a serem atingidas
A meta terapêutica é chegar ao máximo de função do praticante.
A meta funcional motora da equoterapia é: desenvolver no praticante, capacidades funcionais que permitam sua independência nas atividades de vida diária.


Programas de Equoterapia


confiança e objetividade

É sabido que cada indivíduo, com deficiência e/ou com necessidades especiais, tem o seu “perfil”, o que o torna único. Isto evidencia a necessidade de formular programas individualizados, que levem em consideração as demandas daquele indivíduo, naquela determinada fase de seu processo evolutivo.


A equoterapia é aplicada por intermédio de programas individualizados organizados de acordo com:
• as necessidades e potencialidades do praticante;
• a finalidade do programa;
• os objetivos a serem alcançados, com duas ênfases:
• a primeira, com intenções especificamente terapêuticas, utilizando técnicas que visem, principalmente, à reabilitação física e/ou mental;
• a segunda, com fins educacionais e/ou sociais, com a aplicação de técnicas pedagógicas aliadas às terapêuticas, visando à integração ou reintegração sócio-familiar. (Fonte ANDE-BRASIL 2009)
Hipoterapia
Programa essencialmente da área de saúde, voltado para as pessoas com deficiência física e/ou mental; é chamado em várias partes do mundo de hipoterapia; a ANDE-BRASIL também adota tal nome para este programa da Equoterapia.
Neste caso o praticante não tem condições físicas e/ou mentais para se manter sozinho a cavalo. Portanto, não pratica equitação.

Necessita de um auxiliar-guia para conduzir o cavalo. Na maioria dos casos, também do auxiliar lateral para mantê-lo montado, dando-lhe segurança.

A ênfase das ações é dos profissionais da área de saúde, precisando, portanto, de um fisioterapeuta, a pé ou montado, para a execução dos exercícios programados.

O cavalo é usado principalmente como instrumento cinesioterapêutico. Fonte ANDE-BRASIL 2009.

Estudos demonstram que crianças com Disfunção Neuromotora frequentemente apresentam grandes dificuldades no controle muscular e postural e como conseqüência dessa condição suas atividades funcionais e exploração do ambiente tornam-se deficitárias. Múltiplos fatores têm influenciado o aumento da incidência da Disfunção Neuromotora no Brasil e no mundo.

O avanço tecnológico, por exemplo, vem propiciando que cada vez mais crianças tenham índices de sobrevida maior após graves intercorrências durante sua gestação e outras durante ou após o parto. Outro fator relevante diz respeito à maternidade. Com o tempo, o planejamento da gestação propiciou as mulheres o poder de escolha. A gradativa ocupação dos espaços que outrora pertenciam somente aos homens fez com que a maternidade fosse postergada, contribuindo com a concepção em idade avançada (após 35 anos) e em muitas situações pelo avanço da idade fértil, somente propiciada através das técnicas de reprodução assistida que incidem em gestação gemelar em 45% dos casos e 7% em trigêmeos ou mais, aumentando percentualmente os riscos gestacionais incluindo a prematuridade.Porem as piores complicações do parto tende a acometer meninas com menos de 15 anos. A mãe adolescente tem maior morbidade e mortalidade por complicações da gravidez, do parto e do puerpério. A taxa de mortalidade é duas vezes maior que entre gestantes adultas. A incidência de recém nascidos com baixo peso de mães adolescentes é duas vezes maior que em recém nascidos de mães adultas, e a taxa de morte neonatal é três vezes maior. Entre adolescentes com 17 anos ou menos, 14% dos nascidos são prematuros. Em 2000, segundo Raquel Foresti, foram realizados 689.000 partos de adolescentes no Brasil, o equivalente a 30% do total dos partos do país. Hoje são mais de 700.000 partos de adolescentes por ano, o que vem contribuindo no índice de recém nascidos acometidos por lesões do Sistema Nervoso Central, devido às condições de assistência pré e perinatal serem satisfatórias apenas a uma parcela da população.

Assim a prevalência de sequelas neurológicas em nosso meio tem mostrado-se bastante elevada, requerendo atenção especial dos profissionais envolvidos nas áreas da reabilitação neuro pediátrica

Sabemos que não existe cura para a Disfunção Neuromotora por conta disto novas tecnologias e recursos estão sendo desenvolvidos por todo o mundo buscando uma melhor qualidade de vida para os portadores dessa condição. A interferência da maturação normal do cérebro, presente no paciente portador de Disfunção Neuromotora, ocasiona um atraso nas etapas do desenvolvimento motor e propicia a presença de padrões posturais e de movimento anormais, consequentes a um tônus anormal. Observamos alterações no alinhamento biomecânico devido ao encurtamento de grupos musculares, assim como pela presença da atividade reflexa. O corpo humano é composto de componentes biomecânicos combinados para produzir posturas e movimentos variados.

Ao analisarmos os componentes da postura do cavaleiro montado, teremos uma base de referencia para determinarmos quais as compensações e ou desvios nossos pacientes podem estar adotando na Equoterapia e como podemos intervir para solução do problema. O foco específico da intervenção, não somente deve ser solucionado a partir dos problemas presentes, mas também no processo de estabelecimento do problema, devendo-se avaliar e especificar qual ou quais segmentos musculoesqueléticos estão envolvidos na disfunção da atividade.

É importante demonstrar a relevância dos recursos terapêuticos complementares como: Theratog e Wraps, Kinesio Tapping, splints e órteses utilizados pelo Conceito Neuroevolutivo Bobath durante o atendimento na Equoterapia junto aos pacientes portadores de Disfunção Neuromotora objetivando a organização biomecânica durante a montaria e consequentemente a potencialização dos benefícios neuromotores. É importante ressaltar que para melhor compreensão desse estudo faz-se necessário a explanação dos objetivos específicos relativos aos recursos utilizados.

Fonte: Artigo: "A Utilização de Recursos Terapêuticos Complementares no Tratamento do Portador de Disfunção Neuromotora na Equoterapia" Dra. Mylena Medeiros - www.equoterapia.org
Educação/Reeducação

Este programa pode ser aplicado tanto na área de saúde quanto na de educação/reeducação.

Neste caso o praticante tem condições de exercer alguma atuação sobre o cavalo e pode até conduzi-lo, dependendo em menor grau do auxiliar-guia e do auxiliar lateral.

A ação dos profissionais de equitação tem mais intensidade, embora os exercícios devam ser programados por toda a equipe, segundo os objetivos a serem alcançados.

O cavalo continua propiciando benefícios pelo seu movimento tridimensional e multidirecional e o praticante passa a interagir com o animal e o meio com intensidade. Ainda não pratica equitação e/ou hipismo.

O cavalo atua como instrumento pedagógico.Fonte ANDE-BRASIL 2009.


o esporte

Programa Prática Esportiva
Este programa tem como finalidade preparar a pessoa com deficiência para competições paraequestres com os seguintes objetivos:
prazer pelo esporte enquanto estimulador de efeitos terapêuticos;
melhoria da auto-estima, autoconfiança e da qualidade de vida;
inserção social;
preparar atletas de alta performance.

Este programa abre caminho para competições paraequestres tais como: ­Hipismo adaptado
É uma modalidade de competição, dentro de um conceito festivo, adaptada ao praticante de equoterapia, normatizada, coordenada, em âmbito nacional pela Associação Nacional de Desportes para Deficientes e que já realiza competições desta modalidade.


Os Benefícios Da Equoterapia Para Crianças Com Necessidades Educativas Especiais
Por: Águeda Marques Mendes

"A aprendizagem ocorre como um resultado da interação entre o aluno e seu ambiente. Sabe-se que a aprendizagem ocorreu quando se observa que há modificação no desempenho escolar."
Robert Gagné

Para que ocorra aprendizagem é necessário que haja interação entre o indivíduo e seu ambiente, sendo que a qualidade dessa interação vai afetar diretamente a qualidade da aprendizagem. Nesse processo, fatores como a capacidade de manter a atenção concentrada, a capacidade de estabelecer vínculos afetivos e a autoconfiança assumem um papel de relevada importância.

Partindo dessa premissa, a Equoterapia se insere muito bem no contexto da aprendizagem, principalmente no que diz respeito às crianças que apresentam dificuldades de aprendizagem nas áreas da leitura, escrita, matemática, psicomotricidade ou social.

A terapêutica começa a acontecer no momento em que o aluno entra em contato com o animal. Inicialmente, o cavalo representa um problema novo com o qual o praticante terá que lidar, aprendendo a maneira correta de montar ou descobrindo meios para fazer com que o animal aceite seus comandos (como, por exemplo, levá-lo aos lugares em que deseja ir). Essa relação, por si só, já contribui para o desenvolvimento da sua autoconfiança e afetividade, além de trabalhar limites, uma vez que nessa interação existem regras que não poderão ser infringidas.

Outro aspecto a ser destacado é o fato de que a Equoterapia requer do praticante a atenção concentrada durante os trinta minutos em que a sessão se desenvolve. Este é um fator bastante importante para o bom desempenho do aluno na escola, pois a atenção, segundo estudiosos como Vítor da Fonseca, é a base do aprendizado. Atenta, a pessoa seleciona o que quer aprender e guardar em sua memória para utilizar posteriormente.

Além disso, essa terapia auxilia o praticante a se organizar em relação ao seu espaço (o seeting terapêutico ou picadeiro), a desenvolver a sequencialidade de seus atos até montar e comandar o cavalo, a aprimorar percepções auditivas, visuais, táteis cinestésicas, proprioceptivas, a desenvolver o equilíbrio, a postura, a lateralidade, as motricidades ampla e fina, o esquema e conscientização corporal e contribui, inclusive, para o enriquecimento de seu vocabulário.

Com todos esses fatores associados durante o trabalho desenvolvido na Equoterapia, o praticante é motivado e estimulado a adquirir novos conhecimentos e a manter todos os seus sentidos ativados, o que o prepara para um melhor aprendizado da leitura, escrita e matemática.

* Águeda Marques Mendes é Pedagoga, Pós-Graduanda em Psicopedagogia.
Coordenadora do Centro de Equoterapia Porto Alegre - CEPA 
CEPA - Centro de Equoterapia Porto Alegre - e-mail
Av Antônio de Carvalho 1328 - Porto Alegre - RS - CEP 91430-000
Telefone: (51) 3387-2757 e 9691-9178

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