quinta-feira, novembro 29, 2012

O que é Síndrome do X Frágil?


 

A síndrome do X frágil é provocada pela mutação de um gene, o FMR-1, presente no cromossomo X que causa geneticamente o retardo mental mais comum. Também chamado de Síndrome de Martin & Bell, foi descoberta em 1991, por pesquisadores franceses, holandeses e australianos.

Com a mutação do gene causador da síndrome os neurônios são desenvolvidos de maneira mais atrasada, fazendo com que haja a ausência de uma proteína que tem reação variada de acordo com cada organismo. Normalmente, a síndrome acontece mais em homens numa proporção de 1:2000, sendo que em mulheres pode ocorrer em 1:4000. Acredita-se que a maior manifestação dessa síndrome em homens ocorra pelo fato da mulher ter dois cromossomos X, o que leva o organismo feminino a compensar o gene FMR-1 se houver mutação.
Recém-nascidos não apresentam indícios de aparência física que antecipem uma suspeita precoce da SXF. De forma semelhante a outros quadros clínicos, apresentam macrocefalia (perímetro da cabeça maior que o normal) e hipotonia (baixo tônus muscular), podendo esta revelar-se, por exemplo, na falta de força para sugar na mamada.
A síndrome do X frágil acontece por causa do número de repetições de nucleotídeos, ou seja, um gene normal possui aproximadamente 30 repetições da seqüência citosina, guanina e guanina, enquanto as pessoas com a síndrome possuem variavelmente entre 55 a 800 repetições, o que influencia também nas características do problema. 
Pessoas afetadas pela Síndrome do X Frágil gozam de boa saúde e sua aparência pode ser semelhante à de outras pessoas. Algumas características físicas, entretanto, são freqüentes e em geral se tornam mais evidentes após a puberdade:

                                                                         *orelhas grandes e de abano,
*face alongada, 
*aumento dos testículos, 
*mandíbula proeminente, 
*pés chatos,
*calos nas mãos, 
*palato alto, 
*ecolalia 
*fala repetitiva
*leva tudo o que vê ao “pé da letra”.


Porém, apresenta características positivas como boa memória, facilidade em percepções, bom vocabulário, habilidade com a leitura, 

Testes genéticos são realizados para detectar a síndrome. Apesar de não haver cura para tal problema é importante haver acompanhamento de pr
ofessores especializados, fisioterapeutas e psicólogos para melhorar a qualidade de vida do indivíduo e seu desempenho.

Características Intelectuais.

Atraso no desenvolvimento é a característica mais significativa das pessoas afetadas pela Síndrome do X Frágil.
O comprometimento intelectual é variável, podendo ir desde uma dificuldade de aprendizagem a um retardo grave. Geralmente é acompanhado de atraso na fala e na capacidade de comunicação.
Cada indivíduo pode apresentar muita desigualdade entre suas habilidades cognitivas. Parece incoerente que tenham bom desempenho no aprendizado de alguns tópicos e dificuldade em conceitos às vezes elementares.
Algumas das suas características podem ser bem aproveitadas:
  • excelente memória;
  • facilidade em identificar logotipos e sinais gráficos;
  • geralmente bom vocabulário;
  • facilidade para cópia;
  • habilidade para leitura;
  • uso de jargões e frases de efeito.
As dificuldades estão principalmente na abstração e na integração das informações:
  • seguem instruções "ao pé da letra";
  • podem dar importância a aspectos irrelevantes;
  • fala fora do contexto;
  • fala repetitiva;
  • ecolalia.
Alguns têm prejuízos muito pequenos, com desempenho praticamente normal. Outros têm comprometimentos moderados, mas com atendimentos especializados chegam a bons resultados sociais e funcionais. Os indivíduos com comprometimento grave sempre precisarão de apoio.

Tratamento:

Terapias especiais e estratégias de ensino podem ajudar as pessoas afetadas a melhorar o seu desempenho, facilitando a conquista da independência que lhe for possível.
As crianças devem ser acompanhadas por neurologista, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional e outros profissionais tanto da saúde como da educação. As áreas de atendimento especializado são definidas de acordo com cada indivíduo e devem se revistas ao longo de seu desenvolvimento.

Educadores e terapeutas devem: minimizar estímulos que não sejam tão importantes naquele momento; dividir as atividades em blocos de acordo com seu tempo de atenção; reduzir a necessidade de contato visual e informar a criança sobre mudanças na sua rotina.

A dificuldade em lidar com estímulos excessivos pode levar a comportamentos inadequados como agitar as mãos, fala repetitiva e irritação, mesmo em situações em que suas habilidades cognitivas são suficientes para um bom desempenho.

O uso do computador tem sido muito eficiente para realizar atividades educativas: tem a vantagem de apresentar inúmeras vezes a atividade desejada, não requer a constante interação com outra pessoa, e possibilita ir além da proposta inicial quando houver interesse.

Pessoas afetadas pela Síndrome do X Frágil tendem a imitar, portanto é imprescindível que se dê um modelo adequado.

Eles sentem-se bem quando a rotina é seguida, aproveite e estabeleça uma rotina que lhes traga benefícios.

É certo que não podem ser exigidos além de seu potencial, mas temos verificado que este potencial em geral é maior do que imaginávamos.

Fonte:Equipe Brasil Escola  / Bengala Legal

quarta-feira, novembro 28, 2012

Síndromes Infantis


SINDROME DE DOWN - é mais das anomalias mais comuns e a de mais fácil identificação, pois, possuem características faciais de fácil percepção visual.

Ocorre em virtude de um fracasso de uma meiose adequada no espermatozóide ou no óvulo, tem três copias do cromossomo 21 em vez das duas normais. Outras formas de trissomia também ocorrem, evidentemente, mas a síndrome de down é de longe a mais freqüente.As estimativas dessa anormalidade diferem, mas a freqüência fica entre 1 em 600 e 1 em 1.000 Nascimentos.

SINDROME DE TURNER - também é uma síndrome cromossômica, a anormalidade está no cromossomo sexual ou na má divisão que é padrão “X” único.

Temos a incidência de 1 em 400 dos nascimentos; as meninas com síndrome de turner são exceções à regra normal de que os embriões com cromossomos de menos não sobrevivem.

SINDROME DE "X" FRAGIL - é causada mais frequentemente por comprometimento mental com carater hereditário, afetando o desenvolvimento intelectual e o comportamento em geral de homens e mulheres.

A expressão "x" frágil deve-se a uma anomalia causada por um gene defeituoso localiza nocromossomo X, que por sua vez, passa a apresentar uma falha numa de suas partes. O X está presente no par de cromossomos que determina o sexo (xy nos homens e xx nas mulheres).

Essa falha ou "fragilidade" do "X" causa um conjunto de sinais e sintomas clínicos (ou uma síndrome). Daí o nome de síndrome do X frágil (sxf).

Os meninos e as meninas podem herdar um X frágil (normalmente de uma mãe portadora), mas os meninos, sem a influencia potencialidade dominante de um X normal, são muitos suscetíveis às conseqüências intelectuais ou comportamentais negativas.

A criança afetada parece correr um risco consideravelmente aumentado de retardo mental; as estimativas atuais são de que ele, entre os homens, 5 a 7 por cento de todos os retardos são causados por esta síndrome (Zigler e Hodapp, 1991).

SINDROME DE WEST - A sindrome de west é um tipo raro de epilepsia chamada de "epilepsia moiclonica". As convulsões que a doença apresenta são chamadas de mióclonicas e podem ser de flexão ou de extensão, e afetam geralmente crianças com menos deumanode idade. São como se, de repente, a criança se assustasse e quisesse agarrar uma bola sobre o seu corpo.

Os espasmos são diferentes para cada criança. Podem ser tão leves no inicio que não são notados ou pode-se pensar que se originam de cólicas.Cada espasmos começa repentinamente e dura menos de alguns segundos.

Tipicamente, os braços se distendem para trás e cabeça pode prender para frente e os olhos ficam em um ponto acima.

SINDROME DE ANGELMAN - Essa anomalia ocorre no espaço entre 11 e 13 do braço "q" do cromossomo 15 ou quando ganha 2 cromossomos do pai.

As crianças que apresentam esse tipo de anomalia tem alguns sintomas como: andara desajeitado, risadas freqüentes, convulsões e perímetro cefálico pequeno e achatamento occipital.

Não há prevalência de sexo entre os afetados.

O diagnostico clinico precoce é raro edificou. O quadro clinico evolutivo vai se evidenciando com o passar do tempo, tornando o diagnóstico mais fácil com a evolução da síndrome.

A síndrome é caracterizada por: atraso no crescimento, a criança apresenta peculiar fragilidade com freqüência, na raça branca ela costuma apresentar hipogmentação na pele, nos olhos e nos cabelos.

SINDROME DE APERT - É um defeito genético e faz parte das quase 6.000 síndromes genéticas conhecidas. Pode se herdada de um dos pais ou por mutação nova. Ocorre em aproximadamente 1 para 160.000 a 200.000 nascidos vivos. Sua causa se encontra em uma mutação durante o período de gestação, nos fatores de crescimento dos fibroblastos que ocorre durante o processo de formação dos gametas. É desconhecidas as causas que produzem essa formação especifica do crânio, terço médio de face, mãos e pés, além de diversas alterações funcionais que variam muito de um individuo a outro. O crânio tem fusão prematura e é incapaz de desenvolver-se normalmente, o terço médio da face (área que vai da órbita do olho até o maxilar superior) parece retraída ou afundada, os dedos das mãos e dos pés tem vários graus. Essa síndrome foi classificada como anomalia craniofacial.

SINDROME DE STRAUSS - Existem duvidas sobre como classificar crianças com estas síndromes, já que as características principais observadas são: comportamento e não uma lesão cerebral. Cita-se então sete maneiras de classificar a síndrome.

Desordem de percepção, distorcem imagens (fundo e figura), vêem partes e não o todo;
Perseverança;
Desordem no raciocínio ou de conceitos; possuem forma diferentes para conceituar as coisas;
Desordem de comportamento: possuem características hiperativas, desinibidos, capricho e explosivos;
Sinais neurológicos;
Histórico de neurologia;
Nenhum caso na família.
Autoria: Ana Paula de Souza

Altas habilidades: inclusão ou exclusão? Algumas perguntas e respostas.


APAHSD – Associação Paulista para Altas Habilidades/Superdotação
Universidade Gama Filho

A APAHSD e a Universidade Gama Filho, em seu Curso de Especialização em Altas Habilidades,  prepararam um texto didático e em tom coloquial com algumas das perguntas frequentemente realizadas no campo das altas habilidades.

1 – O que são altas habilidades?

Altas habilidades ou superdotação é uma necessidade educacional especial apresentada por alunos que, nas definições do Ministério da Educação, demonstram grande facilidade de aprendizagem, potencial elevado e grande envolvimento com as áreas da ação humana, isoladas ou combinadas: intelectual, comportamental, psicomotora, artística e criativa.

2 – Porque as altas habilidades são uma necessidade educacional especial?

Os sistemas de ensino, de modo geral, são organizados baseados em uma média de habilidades e competências apresentadas pelos alunos. Os alto-habilidosos, por apresentarem diferenças significativas em relação às concepções tradicionais sobre os processos de ensino e aprendizagem, tornam-se excluídos do processo educacional. Apesar da presença física na sala de aula, não aprendem ou desenvolvem os conceitos, procedimentos ou atitudes planejados pelo projeto pedagógico realizado para uma média: dada a grande facilidade de aprendizagem, a organização curricular torna-se desajustada, as ações didáticas tediosas e desinteressantes e, desse modo, o aluno tem negado o seu direito fundamental à educação.


3 – Mas alto-habilidosos precisam realmente de atenção especial? Não são já privilegiados?

Este é um dos principais preconceitos sobre altas habilidades. O alto-habilidoso é visto como uma pessoa privilegiada com um dom especial. Com sua capacidade, poderia realizar tudo sozinho na escola, sem qualquer intervenção, e seria mesmo injusta uma atenção especial. Atender os alto-habilidosos seria “privilegiar os privilegiados”, segundo um certo senso comum. Diante de um falso conceito de igualdade, levanta-se que as flexibilizações previstas pela educação inclusiva deveriam ser realizadas apenas para pessoas com deficiências, e, desse modo, se alcançaria uma pretensa igualdade entre os alunos. Porém, percebe-se frequentemente que neste falso conceito há implícita uma busca de homogeneização dos alunos, negando-se a riqueza que é a sua pluralidade e diversidade. A igualdade conquista-se através da equidade, que é traduzida pelo princípio de tratar os iguais de forma igual e os desiguais de forma desigual, oferecendo assim as mesmas oportunidades a todos. O alto-habilidoso é um diferente, uma pessoa com necessidades especiais, que se não atendido, acaba excluído da escola.

4 – Então os alto-habilidosos sofrem preconceito e discriminação?

Esses alunos são vítimas de uma série de mitos e preconceitos, e por vezes são alvo frequente de bullying e discriminação. Eles se percebem diferentes; porém, o sistema educacional comum lhes nega seu direito à diversidade, causando prejuízos na construção da sua identidade como pessoa, condição para a dignidade humana. Assim, lhes são negados os direitos de realizar os seus projetos de estudos e de inserção específica na vida social.

5 – Se deve dizer a um aluno e à comunidade escolar que ele é alto-habilidoso?

A educação inclusiva necessita de categorias para estabelecer procedimentos necessários para garantir o direito à educação. O aluno com altas habilidades percebe que não é como os demais, é diferente, e esta categoria lhe auxilia na percepção e aceitação de si mesmo no processo da construção da sua identidade pessoal. Porém, existe, por exemplo, o falso temor que esta identidade implicaria em uma pessoa soberba e arrogante, entre outros preconceitos, e logo, esta identidade pode ser rejeitada. Alto-habilidosos são seres humanos como todos os outros, com potencialidades e limitações. Não possuem dons especiais fora da diversidade humana, nem são superiores. Por isso, há um consenso internacional de substituir o termo superdotação por altas habilidades. Não há um “dote” “superior”, mas sim a expressão da pluralidade humana em suas habilidades. Assim, alunos e alunas com altas habilidades, bem como a sua comunidade escolar, devem ser informados de sua especificidade. Este é o objetivo da educação inclusiva: que todos aprendam juntos e saibam identificar, aceitar, respeitar e valorizar todas as diferenças humanas.

6 – Como é identificado o aluno com altas habilidades? É aquele que tira nota 10 em tudo? É o que tem o QI alto?

A identificação de alto-habilidosos é feita em um processo dinâmico e coletivo que envolve a escola, a família e a comunidade. A avaliação não se resume ao Quociente de Inteligência (QI), um indicador válido, porém limitado e mesmo dispensável, que deve ser sempre contextualizado em uma avaliação mais abrangente. Altos habilidosos também não são aqueles com nota 10 em tudo: por vezes, devido ao processo de exclusão, o alto-habilidoso tem baixo desempenho em suas notas, causado pelo desinteresse e desajuste, como também o “bom aluno”, que tem ótimas notas, pode significar apenas o aluno bem ajustado ao projeto pedagógico da escola, sem apresentar altas habilidades. A identificação, e não diagnóstico, porque não se trata de uma doença, é feita através da observação do comportamento do aluno, da avaliação processual do desempenho em atividades na escola e na comunidade, entrevistas com a pessoa, professores, comunidade escolar e família. A aplicação de questionários, atividades e testes, sempre contextualizada, pode enriquecer a identificação ao apontar as áreas de interesse e maior habilidade do aluno. Recomenda-se que a identificação seja sempre realizada por educadores e profissionais especializados que, além dos professores, família e comunidade, podem consultar organismos públicos e privados de apoio às altas habilidades.

7 – O alto-habilidoso é bom em tudo?

Não existe alta habilidade global, ou seja, uma pessoa que tenha elevado desempenho em todas as áreas da ação humana. É inclusive relativamente pequena a porcentagem de alunos com alto potencial em todas as áreas do currículo escolar tradicional. A avaliação do aluno deve contemplar a identificação das áreas em que apresente altas habilidades, para o correto planejamento pedagógico das ações de atenção especial. Desse modo, um erro frequente no atendimento é a cobrança exagerada por notas e por um suposto desempenho global dos alto-habilidosos.

8 – Altas habilidades têm causa genética?

O ser humano é uma rica combinação de fatores biológicos, psicológicos, sociais e culturais. Assim, uma possível predisposição genética às altas habilidades é em grande medida influenciada, positiva ou negativamente, por fatores ambientais, como as relações sociais e a cultura, de tal modo que não se pode afirmar que as altas habilidades possuem causa exclusivamente genética.

9 – As altas habilidades são provocadas pelo ambiente? Pelo estímulo dos pais?

Diante da riqueza de fatores que formam o ser humano, da mesma forma que não se pode afirmar que as altas habilidades possuem causa exclusivamente genética, não se pode encontrar uma relação direta entre o ambiente e as altas habilidades. Há o mito que se pode formar um alto-habilidoso em ambientes estimulantes, ou, ainda, que altos habilidosos se tornam assim porque receberam um grande estímulo dos pais. Mas a prática revela a existência de alto-habilidosos vindos de ambientes extremamente carentes de recursos e estímulos, ao mesmo tempo em que crianças altamente estimuladas pelos pais não se tornam alto-habilidosos.

10 – Na sala comum, como o professor pode identificar indícios de altas habilidades nos alunos e alunas?

O pesquisador Joseph Renzulli  desenvolveu um modelo que pode servir de guia para identificar indícios de altas habilidades. O modelo de Renzulli prevê a existência de três grandes fatores, isolados ou combinados:

1 – capacidade acima da média;

2 – alto envolvimento;

3 – criatividade;

A capacidade acima da média refere-se a habilidades observáveis que superam as previstas para a idade, série ou etapa escolar. O professor deve observar conhecimentos aprofundados sobre temas ou competências altamente desenvolvidas, atitudes e procedimentos avançados, facilidade de aprendizagem, vocabulário sofisticado ou poliglota, grande capacidade de memorização e síntese, de maneira que estas habilidades consistentemente provoquem um desajuste em relação à organização curricular planejada para o aluno.

O alto envolvimento é um persistente interesse por temas, procedimentos ou atitudes específicos, frequentemente acompanhado de alta intensidade emocional e entusiasmo, que leva o alto-habilidoso a desejar avançar ou aprofundar-se muito além do que é comumente previsto na organização curricular. O aluno faz muitas perguntas, por vezes avançadas, não aceita o programa de estudos ou acompanhar o resto da classe ou grupo.

A criatividade é a capacidade de realizar análises e sínteses inovadoras, realizando conexões entre áreas diversas, desenvolvendo novas atitudes ou procedimentos, apresentando visões discordantes da maioria e do que é ensinado como correto.

Deve-se ressaltar que, devido ao processo de exclusão dos alto-habilidosos, é necessário um olhar diferenciado para observar estas características em meio à discrição ou ocultamento frequentemente assumido por estes alunos, ou, ainda, em meio à indisciplina e conflitos provocados pelo desajuste escolar em que se encontram.

11 – Quando se fala em superdotados, imagina-se que são homens, brancos, usam óculos, são solitários e provêm de classes sociais mais ricas. É realmente assim?

Este é o principal estereótipo do alto-habilidoso, que se identificaria em parte com o estereótipo do chamado nerd. Porém a prática no campo das altas habilidades indica que a distribuição populacional de altos habilidosos é homogênea em todos os gêneros, etnias e níveis socioeconômicos. Há um número de alto-habilidosos do gênero feminino equivalente ao do gênero masculino, porém, provavelmente devido aos papéis sociais ainda relacionados ao gênero feminino, há dificuldades de, por exemplo, as mulheres serem vistas como alto-habilidosas. Também é homogênea a distribuição entre brancos, negros, pardos, índios e outras etnias e, nas políticas atuais de atendimento às altas habilidades no Brasil, é expressivo o número de alto-habilidosos que provêm das classes mais pobres.

12 – Alto-habilidosos são muito raros e nunca tive alunos assim: aqueles dos filmes é que realmente são superdotados.

Este é o mito da raridade e do desempenho mítico do alto-habilidoso. Nele está implícita, primeiramente, a redução das altas habilidades ao campo intelectual e, em segundo, que se espera um desempenho mítico e fabuloso, próprio do imaginário popular e senso comum, para que se reconheçam as altas habilidades em um aluno. Porém, as altas habilidades envolvem todas as habilidades e competências humanas, como as do campo artístico, comportamental e psicomotor, de tal modo que, nesta abordagem mais ampla, o Ministério da Educação indica que de 10% a 15% de qualquer população escolar apresenta altas habilidades, nas diversas áreas. Chamada de necessidade educacional invisível, frequentemente a identificação é dificultada pelo processo de exclusão, quando os alto-habilidosos, constrangidos pelo sistema educacional comum, passam a se esconder e a simular que estão ajustados ao programa e projeto pedagógico.

13 – Quais são os fundamentos legais para o atendimento a alto-habilidosos?

Resumidamente, como princípios, a Constituição Federal de 1988 apresenta em seu Art. 205 a finalidade da educação como o “pleno desenvolvimento da pessoa” e em seu Art. 208 define o direito ao “acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um”. Já a LDB, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9.394/1996) apresenta explicitamente o superdotado como portador de necessidades especiais e sujeito de direitos em seu artigo 59, que garante a “aceleração para concluir em menor tempo o programa escolar para os superdotados”. Nos últimos anos, o Conselho Nacional de Educação emitiu alguns pareceres e resoluções sobre o atendimento aos altos habilidosos, destacando-se o parecer CNE/CEB 17/2001, que entre os educandos com necessidades educacionais especiais, define os que apresentam:

“Altas habilidades/superdotação, grande facilidade de aprendizagem que os leve a dominar rapidamente os conceitos, os procedimentos e as atitudes e que, por terem condições de aprofundar e enriquecer esses conteúdos, devem receber desafios suplementares em classe comum, em sala de recursos ou em outros espaços definidos pelos sistemas de ensino, inclusive para concluir, em menor tempo, a série ou etapa escolar. “

No âmbito do Município de São Paulo, a Câmara Municipal, por intermédio do Vereador Eliseu Gabriel, realizou em novembro de 2011 o II Congresso Paulista para Altas Habilidades e Superdotação, e desde então foi instalado o Fórum Legislativo para Altas Habilidades, que propôs um projeto de lei para atendimento às altas habilidades no município de São Paulo, que tramitará na câmara municipal a partir do segundo semestre de 2012.

14 – O que é enriquecimento curricular?

O enriquecimento curricular é a modalidade de atendimento escolar às altas habilidades que ocorre a partir do ensino fundamental, através de desafios suplementares e aprofundamento curricular nas áreas de altas habilidades apresentadas pelos alunos. O enriquecimento curricular deve ser realizado em sala comum ou em outros espaços definidos pelos sistemas de ensino, como núcleos de apoio públicos ou privados. Para a educação infantil, é previsto o chamado enriquecimento lúdico, que é o próprio desta etapa da escolarização ao respeitar a identidade da educação infantil: consiste na estruturação de atividades e ambientes para o exercício da ludicidade de acordo com os interesses da criança.

15 – O que é aceleração de estudos? Quando deve ser realizada?

A aceleração de estudos é uma modalidade de atendimento às altas habilidades que consiste no ajuste do programa escolar de modo a contemplar a grande facilidade de aprendizagem desta especificidade. Mediante uma ampla avaliação, individualiza-se o projeto pedagógico de modo a que a série ou etapa escolar do alto-habilidoso seja concluída em menor tempo. A aceleração deve ser realizada então mediante a avaliação da maturidade socioemocional do aluno e o domínio de conceitos, procedimentos e atitudes compatíveis com uma série ou etapa escolar mais avançada do que se encontra na qual ele deverá ser matriculado.

16 – Quais ações existem atualmente no Brasil para o atendimento às altas habilidades?

Em 2006, o Ministério da Educação inaugurou em parceria com os governos estaduais os NAAHSD – Núcleos de Atividades de Altas Habilidades/Superdotação, que desde então funcionam como centros públicos de referência e atendimento a alto-habilidosos. Ao mesmo tempo, desde os anos 90, se multiplicaram pelo país diversas associações de pais e profissionais voltadas para altas habilidades. Estas associações e outros profissionais também se reúnem formando o CONBRASD, o Conselho Brasileiro para Superdotação, que foi fundado em 2003. No município de São Paulo, a APAHSD – Associação Paulista para Altas Habilidades/Superdotação, é uma OSCIP – Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, que desde a sua fundação em 2005 vem oferecendo serviços de identificação e enriquecimento curricular a alto-habilidosos da rede municipal, e, em parceria com a Universidade Gama Filho, oferece na cidade de São Paulo cursos de pós-graduação latu senso de especialização em altas habilidades.

Referências e para saber mais:

Pós-Graduação Latu Senso Especialização em Altas Habilidades/Superdotação da Universidade Gama Filho. http://posugf.com.br

CONBRASD – Conselho Brasileiro para Superdotação: http://www.conbrasd.org/

Mitos e Crenças sobre as Pessoas com Altas Habilidades: alguns aspectos que dificultam o seu atendimento. Artigo da Dra. Susana Graciela Pérez Barrera Pérez, disponível em http://migre.me/a7DGd

Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica, do Conselho Nacional de Educação – Parecer CNE/CEB 17/2001. Disponível em http://migre.me/9QpIs

Documento Orientador dos NAAHSD – Núcleos de Apoio às Altas Habilidades/Superdotação, do Ministério da Educação. Disponível em http://migre.me/9QpNx

Um olhar para as Altas Habilidades – Construindo Caminhos. Documento orientador da Secretaria Estadual de Educação de São Paulo. Disponível em http://migre.me/9QpTp

segunda-feira, novembro 26, 2012

AUTISMO.mpg

Conheça os vários tipos de autismo.


Tipos de Autismo

Desde que o autismo é um espectro, que engloba uma ampla gama de níveis de funcionamento e transtornos que vão desde o autismo não-verbal, de baixo funcionamento até a Síndrome de Asperger, altamente verbal. Estes distúrbios têm algumas características em comum, mas têm diferenças importantes também.

Tipos de Transtornos do Espectro do Autismo
Compreender os diferentes tipos de autismo pode ajudar os professores e as expectativas dos pais de forma e trabalhar em áreas de desafio. Se você está preocupado que você ou seu filho pode ter um desses transtornos de desenvolvimento, é importante falar com o seu médico ou profissional de educação especial imediatamente. De acordo com um estudo publicado na revista Pesquisa em deficiências de desenvolvimento, a intervenção precoce e o tratamento pode melhorar drasticamente o funcionamento de uma criança, não importa que tipo de autismo que tenha.

Autismo clássico
Caracterizada por problemas com a comunicação, interação social e comportamentos repetitivos, autismo clássico é tipicamente diagnosticado antes dos três anos. Sinais de alerta incluem o desenvolvimento da linguagem atrasada, falta de apontador ou gesticulando, mostrando falta de objetos, e auto-estimulação comportamento como balançar ou bater as mãos. Na maioria dos casos, a doença provoca atrasos significativos no desenvolvimento e os pais ou cuidadores notar que há algo acontecendo durante os anos da criança. No entanto, em casos de alto grau de funcionamento, a criança pode ser ter cinco anos de idade ou mais, antes que ele ou ela receba um diagnóstico.

Autismo clássico pode variar de leve ou de alto funcionamento a grave ou de baixo funcionamento:
Autismo de alto funcionamento envolve sintomas como competências linguísticas em atraso ou não-funcional, comprometendo o desenvolvimento social, ou a falta da capacidade de "role play" com os brinquedos e fazer outras atividades lúdicas que as crianças imaginativas neurotípicas fazem. No entanto, as pessoas com autismo de alto funcionamento tem um QI na faixa normal e podem exibir nenhum do comportamento compulsivo ou auto-destrutivo, muitas vezes visto em autismo de baixo funcionamento.
Autismo de baixo funcionamento é um caso mais grave da doença. Os sintomas do autismo são profundos e envolvem déficits graves em habilidades de comunicação, habilidades sociais pobres, e  movimentos repetitivos estereotipados . Geralmente, o autismo de baixo funcionamento está associado com um QI abaixo da média.

 Síndrome de Asperger
Apesar de não ser incluída como um diagnóstico separado na última revisão do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V), muitas pessoas têm sido marcadas com Síndrome de Asperger. Este tipo de autismo de alto funcionamento tem algumas características distintas, incluindo excepcionais habilidades verbais, problemas com o jogo simbólico, problemas com habilidades sociais, desafios que envolvam o desenvolvimento da motricidade fina e grossa, e intenso, ou mesmo obsessivo interesses especiais.
Síndrome de Asperger se diferencia do autismo clássico em que não implica qualquer atraso de linguagem significativo ou prejuízo. No entanto, crianças e adultos com Asperger pode encontrar no uso funcional da linguagem, um desafio. Por exemplo, eles podem ser capazes de rotular milhares de objetos, mas podem lutar para pedir ajuda usando um desses itens.

Transtorno Invasivo do Desenvolvimento - Sem Outra Especificação (PDD-NOS)
Transtorno Invasivo do Desenvolvimento - Sem Outra Especificação (PDD-NOS) é outro transtorno do espectro do autismo, que não mais realiza um diagnóstico oficial separado no DSM-V. Em vez disso, profissionais de saúde mental irão diagnosticar esses indivíduos com autismo de alto funcionamento ou de baixo. Também conhecido como autismo atípico, PDD-NOS envolve alguns, mas não de todas as características clássicas de autismo. As pessoas diagnosticadas com PDD-NOS podem lutar com a linguagem ou as habilidades sociais e comportamentos repetitivos, mas eles não podem encontrar desafios em todas as três áreas. Esta desordem difere de Síndrome de Asperger por causa das habilidades linguísticas; algumas pessoas com PDD-NOS podem ter atrasos de linguagem.

Transtorno de Rett
Uma vez considerado um transtorno do espectro do autismo, Síndrome de Rett não será incluída no espectro do autismo no DSM-V. Isto é porque Transtorno de Rett é causado por uma mutação genética. Apesar de os sintomas da desordem, que incluem a perda de habilidades sociais e de comunicação, imitar o autismo clássico, a doença passa por diversas fases diferentes. Normalmente, as crianças diagnosticadas com Transtorno de Rett superam muitos dos desafios que são semelhantes ao autismo. Podem enfrentar outros desafios, incluindo a deterioração de habilidades motoras e problemas com a postura, que não afetam a maioria das pessoas do espectro do autismo.

Transtorno Desintegrativo da Infância
Outro transtorno do espectro do autismo, que não vai levar um diagnóstico separado no DSM-V, Transtorno Desintegrativo da Infância (CDD) é caracterizado por uma perda de comunicação e habilidades sociais entre as idades de dois e quatro anos. Este transtorno tem muito em comum com o autismo regressivo, e será classificado como um transtorno do espectro do autismo em geral.
Procure ajuda se você está preocupado   Compreender os diferentes tipos de autismo, se esses transtornos têm um diagnóstico oficial separado ou não, pode ser muito útil ao formar expectativas, projetando um plano de tratamento, e experimentar com estratégias comportamentais. Com todos os transtornos do espectro do autismo, é importante procurar ajuda logo que você suspeitar que algo pode não estar certo. Sendo ativamente envolvido no tratamento é a maior coisa que você pode fazer para ajudar seu filho ou você mesmo superar alguns dos desafios de transtornos do espectro do autismo.

Fonte:  http://autism.lovetoknow.com/Autism_Types

sexta-feira, novembro 23, 2012

Remédio natural para TDAH

por Rafaela Palasio

O exercício é um remédio natural e eficaz para TDAH porque ele desenvolve funções executivas do cérebro e libera substâncias químicas naturais que regulam o humor cérebro.
Atenção déficit hiperatividade ou TDAH em crianças muitas vezes é controlada com o uso de medicação. Novas pesquisas, no entanto, mostram que o exercício é ainda mais eficaz do que drogas na regulamentação da hiperatividade e défice de atenção. O maior benefício do exercício é que ele é um remédio natural e seus efeitos vão além do TDAH; melhora a saúde geral, previne a obesidade e fortalece o sistema imunológico.

TDAH causado pelo atraso na maturação do cérebro
Uma nova pesquisa está começando a desafiar suposições comuns sobre TDAH em crianças. Hiperatividade e impulsividade não são causados por um cérebro falho, mas um atraso na maturação do cérebro. Um estudo conduzido por uma equipe internacional de pesquisadores mostrou que comportamentos perturbadores e anti-social no jardim de infância não correlacionar com maus resultados acadêmicos por grau 8.

Outro estudo feito por pesquisadores da Universidade McGill mostrou que funções do cérebro em crianças com TDAH desenvolveram normalmente, mas mais lentamente, especialmente na área de córtex mais envolvida com funções executivas de controle e de memória de trabalho. Quando comparado com crianças sem o transtorno, crianças ADHD foram através da mesma seqüência desenvolvida, mas com um atraso de 1 a 3 anos. TDAH não é devido ao défice de cérebro, mas um atraso na maturação do cérebro, que explica por que 40% das crianças com TDAH eventualmente crescer fora de seu transtorno.

O exercício ajuda TDAH através do desenvolvimento de executivo funções do cérebro
Por que o exercício é um remédio natural e eficaz para TDAH? Exercício desenvolve as funções executivas do cérebro. De acordo com John j. Ratey M.D., um associado Professor clínico de Psiquiatria na Harvard Medical School e autor de faísca: A revolucionária nova ciência do exercício e do cérebro [Little, Brown and Company, 2008], o sistema de atenção está correlacionada com o movimento e exercício n/a Estudos mostram que mesmo uma curta 3 vezes por semana ao longo de 6 meses aumentaram o volume do córtex pré-frontal em adultos mais velhos n/a

Da mesma forma, o treinamento em artes marciais tem um efeito profundo em crianças ADHD. Os estudos mostram que artes marciais formação diminui agressão, hostilidade e neurose. Há também uma correlação positiva entre o rank de cinto e auto-confiança. Ratey sugere que o altamente focada e atenção exigente sistema de artes marciais desenvolve o córtex pré-frontal do cérebro que aplica-se o poder mental dessas habilidades físicas para outras áreas na vida das crianças n/a

O exercício ajuda ADHD, liberando substâncias químicas naturais que regulam o humor
Uma das razões por que os corredores tendem a cultivar um engajamento ao longo da vida com a atividade é a “alta” experimentam a execução. Exercício como Endorfinas Lançamentos em execução que “acalmar o cérebro e aliviar a dor muscular durante os exercícios”(117) extenuante. Estes compostos de “feel good” regulam o humor, prazer e dor. Exercício também eleva níveis de dopamina, norepinefrina e serotonina no sangue. Estes neurotransmissores regulam o foco, atenção e os centros de recompensa do cérebro. Ritalina e estimulantes diversos têm um efeito direto sobre estes produtos químicos do cérebro também. No entanto, se o exercício pode “fazer o truque,” por que usar medicação?

O exercício é um remédio natural e eficaz para TDAH. Desenvolve as funções executivas do cérebro que controlam a impulsividade e hiperatividade. Ele libera reguladores do humor cérebro químicos naturais que desenvolve foco, atenção e uma sensação de bem-estar. Ratey insiste em que estes efeitos só podem ser gerados pela atividade consistente – exercício diário por 45 minutos a uma hora seis dias por semana. A chave é certificar-se de exercer um evento de vida – parte das rotinas da criança.

Fonte: Ratey, John J. Spark: A revolucionária nova ciência do exercício e do cérebro. Little, Brown and Company: n/a

Principais Distúrbios de Aprendizagem


O que é Distúrbio de Aprendizagem?

Designam-se crianças que apresentam dificuldades de aquisição de matéria teórica, embora apresentem inteligência normal, e não demonstrem desfavorecimento físico, emocional ou social.

Segundo essa definição, as crianças portadoras de distúrbio de aprendizagem não são incapazes de aprender, pois os distúrbios não é uma deficiência irreversível, mas uma forma de imaturidade que requer atenção e métodos de ensino apropriados. Os distúrbios de aprendizagem não devem ser confundidos com deficiência mental.

Considera-se que uma criança tenha distúrbio de aprendizagem quando:

a) Não apresenta um desempenho compatível com sua idade quando lhe são fornecidas experiências de aprendizagem apropriadas;

b) Apresenta discrepância entre seu desempenho e sua habilidade intelectual em uma ou mais das seguintes áreas; expressão oral e escrita, compreensão de ordens orais, habilidades de leitura e compreensão e cálculo e raciocínio matemático.

Além disso, costuma-se considerar quatro critérios adicionais no diagnóstico de distúrbios de aprendizagem. 

Para que a criança possa ser incluída neste grupo, ela deverá:

a) Apresentar problemas de aprendizagem em uma ou mais áreas;

b) Apresentar uma discrepância significativa entre seu potencial e seu desempenho real;

c) Apresentar um desempenho irregular, isto é, a criança tem desempenho satisfatório e insatisfatório alternadamente, no mesmo tipo de tarefa; 

d) O problema de aprendizagem não é devido a deficiências visuais, auditivas, nem a carências ambientais ou culturais, nem problemas emocionais.

Principais distúrbios de aprendizagem:

1-Dislexia

Refere-se à falha no processamento da habilidade da leitura e da escrita durante o desenvolvimento, é um atraso no desenvolvimento ou a diminuição em traduzir sons em símbolos gráficos e compreender qualquer material escrito. São de três tipos: visual, mediada pelo lóbulo occipital fonológica, mediada pelo lóbulo temporal; e mista, com mediação das áreas frontal, occipital, temporal e pré-frontal.

2- Disgrafia

É uma deficiência na linguagem escrita, mais precisamente na qualidade do traçado gráfico, sem comprometimento neurológico e/ou intelectual.
Nas disgrafias, também encontramos níveis de inteligência acima da média, mas por vários motivos, apresentam escrita ilegível ou lenta.
A ‘letra feia’ (disgrafia) está ligada a dificuldades para recordar a grafia correta para representar um determinado som ouvido, ou elaborado mentalmente.
A criança escreve devagar, retocando as letras, e realizando de forma inadequada as uniões entre as mesmas.
Normalmente as amontoam, com o objetivo de esconder os erros ortográficos.
Assim como a dislexia, a disgrafia também está relacionada à má organização de espaço temporal, fazendo com que uma organização de caderno, por exemplo, seja ‘inexistente’.(usa espaços inadequados entre as palavras, margens inexistentes, letras deformadas, escrita ascendente ou descendente ,etc).

3- Discalculia

A discalculia é a dificuldade ou a incapacidade de realizar atividades aritméticas básicas, tais como quantificação, numeração ou cálculo.
A discalculia é causada por disfunção de áreas têmporo–parietais, muito compatível com o exame clínico do TDAH.

Vale lembrar que alguns indivíduos têm menos aptidão para matemática do que outros, e nem por isso pode-se diagnosticá-los como se tivessem discalculia.

A discalculia está quase sempre associada a quadros de dislexia e do TDAH. (onde se encontram indivíduos com QI acima da média.)

Altas Habilidades

Como identificar e desenvolver os alunos com altas habilidades e superdotação.

Por Carolina Nunes

A Secretaria de Estado de Educação dispõe do Núcleo de Atividades de Altas Habilidades e Superdotação (NAAHS-RJ), em Niterói, criado pelo MEC em 2005. Lá, alunos da rede pública participam de oficinas de convivência, informática, desenho, literatura, ciências e, de acordo com a demanda, novas oficinas são criadas. “Normalmente são duas horas de encontro, duas vezes por semana. Fazemos questão de conhecer os pais desses adolescentes, para que possamos explicar o jovem que eles têm em casa. Além disso, fazemos passeios fora do núcleo, para treinar o olhar do adolescente em diversos ambientes”, explica a professora Márcia Christina Scultori Mathias Netto, uma das responsáveis pela capacitação, até agora, de três mil professores da rede pública.

De acordo com a cartilha do NAAHS, é possível identificar esses alunos em uma ou várias áreas:
- Acadêmica - tira boas notas em algumas matérias na escola – não necessariamente em todas –, tem facilidade com as abstrações, compreensão rápida das coisas e demonstra facilidade de memorização.

- Criativa - é curioso, imaginativo, gosta de brincar com ideias, tem respostas bem humoradas e diferentes do usual.

- Liderança - é cooperativo, gosta de liderar os que estão ao seu redor, é sociável e prefere não estar só.

- Artística - habilidade em expressar sentimentos, pensamentos e humor através da arte, dança, teatro e música.

- Psicomotora - habilidade em esportes e atividades que requerem o uso do corpo, boa coordenação psicomotora.

- Motivação - é totalmente envolvido pela atividade do seu interesse, resiste à interrupção, facilmente se chateia com tarefas de rotina, se esforça para atingir a perfeição.

Outras características:
- Bebê: Maior tempo de atenção e vigilância, reconhecimento visual, preferência por novos arranjos.

- Desenvolvimento físico precoce: sentar, engatinhar e caminhar antes do normal.

- Linguagem adquirida mais cedo, rápida progressão para sentenças complexas, grande vocabulário e estoque de conhecimento verbal.

- Aprendizagem rápida, com instrução mínima, alta persistência e concentração.

- Curiosidade, elaboração de perguntas profundas e persistência até alcançar a informação desejada.

- Alto nível de energia (menos horas de sono).

- Interesse em áreas específicas, a ponto de se tornarem especialistas nestes domínios.

De acordo com Mara Maria Carvalho de Souza, professora do NAAHS-RJ, todas as Coordenadorias têm salas de recursos multifuncionais, que também devem ser utilizadas por estes alunos, com o acompanhamento de professores. O núcleo conta hoje com uma equipe de mestres, além de monitores. Letícia Teixeira Rocha, 18 anos, é uma das monitoras do núcleo e está concluindo o Curso Normal no Instituto de Educação Professor Ismael Coutinho (IEPIC). Ela ministra oficinas de Literatura Japonesa e Poesia e já está escrevendo seu terceiro livro. “O meu primeiro foi “Sonhos, amores e ilusões”, o segundo foi “Lapso” e agora estou escrevendo o terceiro. Comecei com 12 anos e sempre tive muita facilidade na escola, sentia que pegava as coisas bem mais rápido do que os outros”, contou.

A mãe de Letícia, Ana Lúcia Teixeira Rocha, não imaginava que a filha poderia ter uma capacidade fora do padrão. “Ela sempre foi muito inteligente, escreve poesias desde cedo. Não imaginava que ela tinha alta habilidade, mas já tinha notado que ela era especial”, disse.

Mas o que acontece se ignoradas as capacidades de uma criança com estas habilidades? “Quando são ignoradas as capacidades, estamos abrindo a possibilidade do desperdício de seus talentos, deixando que uma pessoa muito talentosa deixe de realizar sua vocação de alto nível. Sua felicidade pode estar ameaçada por não realizar aquilo que gosta e tem prazer em fazer porque faz bem. Podemos deixar de ter alguém que traga uma grande contribuição para a sociedade onde aquela criança vive, podemos contribuir para o encaminhamento desta criança de alto nível de desempenho para a marginalidade, aumentando o índice de crimes inteligentes, entre outros. A sociedade brasileira ainda precisa cuidar de suas crianças, permitindo que se desenvolvam integralmente e que possam contribuir com inovações no âmbito da sociedade, produção de conhecimentos, como cidadãos autônomos, criativos, mais felizes, artística e sócio emocionalmente falando. A qualidade de vida numa sociedade também passa pelos valores humanos que se formam em seus cidadãos”, concluiu Cristina Delou.

Extraído de: http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br

quinta-feira, novembro 22, 2012

Você sabe a diferença?

Distúrbios de Aprendizagem
 X 
Dificuldades de Aprendizagem






Conforme (Fonseca: 1995) distúrbio de aprendizagem está relacionado a um grupo de dificuldades específicas e pontuais, caracterizadas pela presença de uma disfunção neurológica.

Já a dificuldade de aprendizagem é um termo mais global e abrangente com causas relacionadas ao sujeito que aprende, aos conteúdos pedagógicos, ao professor, aos métodos de ensino, ao ambiente físico e social da escola.

Já em (Ciasca e Rossini: 2000) as autoras defendem que a dificuldade de aprendizagem é um déficit específico da atividade acadêmica, enquanto o distúrbio de aprendizagem é uma disfunção intrínseca da criança relacionada aos fatores neurológicos.

Os fatores neurológicos citados pelos autores significa que essas dificuldades estão relacionadas na aquisição e no uso da audição, fala, leitura, escrita, raciocínio ou habilidades matemáticas que se referem às disfunções no sistema nervoso central. Não podemos também deixar de considerar que as dificuldades de aprendizagem muitas vezes podem ocorrer concomitantemente com outras situações desfavoráveis, como: alteração sensorial, retardo mental, distúrbio emocional, ou social, ou mesmo influências ambientais de qualquer natureza

Para quem trabalha com Sandplay - Jogo de areia


TORNAR-SE QUEM SE É

A constelação do Self no jogo de areia 

Edna Garcia Levy, Armazem Digital, 2011
 A terapia de Sandplay-Jogo de areia é um método terapêutico projetivo, criado por Dora M. Kalff e fundamentado nos conceitos da psicologia analítica de C.G. Jung.  É definido pela International Society for Sandplay Therapy como “uma forma criativa de terapia que utiliza a imaginação e caracteriza-se pelo uso da areia, água e miniaturas na criação de imagens dentro do ‘espaço livre e protegido’ do relacionamento terapêutico e da caixa de areia”.
O paciente constrói cenários, que serão fotografados e interpretados sob o ponto de vista simbólico. Por meio de sua criação o paciente dá forma e expressão exterior ao seu mundo interior, trazendo à luz conteúdos e dinâmicas inconscientes.  Trazer para a concretude o mundo inconsciente nos ajuda a alcançar a consciência, reconhecendo a própria condição e possibilitando a realização das mudanças necessárias.  É desse nível de participação que surge a transformação.
A terapia de Sandplay-Jogo de areia é eficiente na clínica de adultos e infantil e  pode ser utilizada tanto como um método psicoterapêutico autônomo quanto como uma técnica  auxiliar do processo analítico.
Um aspecto importante e relevante é que com a utilização deste método  juntamente com a análise verbal tradicional, dois processos terapêuticos estão ocorrendo concomitantemente, estão inter-relacionados e são complementares. Na prática clínica, percebe-se claramente que o uso deste método facilita o processo terapêutico, trazendo à tona conteúdos psíquicos inconscientes, ativando os processos de elaboração dos conflitos e complexos, e, por conseqüência, acelerando o ritmo da análise.  
O livro “Tornar-se Quem se É – A constelação do Self no jogo de areia” surgiu da necessidade imperiosa da autora ter que fazer uma devolutiva  – fechamento de um processo terapêutico –  com um paciente em poucas sessões, contrariando a orientação do método.
 A devolutiva é uma parte muito importante e rica de todo o processo, em que o paciente se reconhece nos significados simbólicos contidos nas cenas, e novas percepções acontecem à medida que os cenários são vistos e analisados conjuntamente.
Diante do dado real, que dispunha de poucas horas, Edna G. Levy baseou o trabalho de devolutiva analisando única e exclusivamente o centro dos cenários. Este é o pressuposto do seu trabalho, demonstrar que esta forma abreviada de análise dos cenários é fidedigna, pois se mostrou reveladora e eficiente em todos os aspectos.
Nesta tarefa a autora chegou a seguinte conclusão: “A análise de um processo terapêutico no jogo de areia feita de forma abreviada, tendo como objeto de análise somente o CENTRO dos cenários, possibilita alcançar uma visão panorâmica dos estágios do desenvolvimento psíquico. É claramente observável a reordenação da personalidade desde o início, o confronto com os aspectos sombrios, a diferenciação do par de opostos (anima, o feminino contido no homem e o animus, o masculino contido na mulher) e a possível constelação do Self ou Si-mesmo, o arquétipo da unidade da personalidade e principio unificador da psique que detém a autoridade sobre o destino do individuo.
 Assim, para a analista junguiana, “a terapia de Sandplay-Jogo de areia é uma ferramenta de inestimável ajuda na realização da grande obra da nossa existência – tornar-se quem se é”.
O livro apresenta no Capítulo I os estágios do processo terapêutico no Jogo de areia. No Capítulo IItraz a definição do Jogo de areia pela “International Society for Sandplay”, as circunstâncias da criação do Jogo de areia e a sua idealizadora Dora M. Kalff, encerrando com noções básicas para uma introdução ao Jogo de areia.
 A seguir, no Capítulo III aborda o aspecto do brincar simbólico e sua função dentro do processo terapêutico. Por meio de diversas visões teóricas, analíticas e psicanalíticas, traça um paralelo entre o Jogo de areia e a obra alquímica, mostrando como é fundamental o processo de construir-se em busca da individuação.
 Em seguida, no Capítulo IV apresenta a teoria do desenvolvimento do eixo ego-Self  desenvolvida por Edward F. Edinger, e na sequencia, como esse processo de desenvolvimento acontece aos olhos da teoria do Jogo de areia. Comprovando o pressuposto apresentado no trabalho, relata um processo analítico com o Jogo de areia, mostrando seu desenvolvimento psíquico analisado unicamente pelo centro do cenário. Encerra este capítulo com um breve relato do período pós-análise, com informações atualizadas sobre o estudo clínico apresentado.
 Finaliza, no Capítulo V com os objetivos teóricos alcançados e destaca alguns aspectos relevantes do Jogo de areia que agregam benefícios e eficiência ao processo de análise dentro da psicologia analítica. Encerra, no Capítulo VI com referências bibliográficas.
 A publicação é acompanhada de CD-ROM com imagens coloridas de todos os cenários analisados pela autora.

 Sumário

 I – Introdução
II – Apresentação do “Sandplay”
O que é “Sandplay – jogo de areia”
A criação do jogo de areia e sua criadora
Introdução ao método do jogo de areia
Material necessário
Coleção de miniaturas
Setting
Instruções para o primeiro cenário
Frequência e resistência ao jogo de areia
O jogo de areia e outros métodos terapêuticos
A sessão do jogo de areia, registro e arquivo
Desmontagem dos cenários
Interpretação dos cenários
III – O processo simbólico
Brincar, um rito de passagem
O essencial é o opus que conduz à meta
 IV – A constelação do Self
A teoria do desenvolvimento do eixo ego – Self
A constelação do Self  no jogo de areia
Apresentação empírica – Caso Clínico
Atualização do caso no período pós análise
 V – Reflexões finais
 VI – Referências bibliográficas

Autora 

Edna Garcia Levy é psicóloga clínica. Analista junguiana didata da International Association for analytical Psychology-IAAP, da Associação Junguiana do Brasil-AJB e do Instituto Junguiano de São Paulo-IJUSP. É terapeuta de Sandplay  pela International Society for Sandplay Therapy (ISST), além de especialista em psicologia aplicada à cardiologia. Atua em São Paulo, em clínica particular, no atendimento psicoterápico de adolescentes, adultos e idosos. Orienta grupos de estudos, dá supervisão clínica e ministra cursos.